A Seleção Brasileira de halterofilismo chega aos Jogos Paralímpicos de Paris com sua maior equipe na história do megaevento e um time formado majoritariamente por atletas mulheres, com o objetivo de alcançar uma campanha ainda melhor do que a da Paralimpíada de Tóquio-2020.
O grupo conta com 11 competidores, sendo sete mulheres e quatro homens. Além disso, foram elas que impulsionaram o crescimento da modalidade desde a última edição do megaevento esportivo.
No Japão, elas ainda eram minoria, apenas três atletas. O número de homens se manteve inalterado nas duas edições, com quatro convocados.
Os Jogos de Tóquio marcaram a primeira conquista de uma medalha dourada para o Brasil na modalidade, feito da paulista Mariana D’Andrea, 26, na categoria até 73kg. A atleta garantiu o título inédito erguendo 137kg.
Ao longo do ciclo, as marcas de Mariana seguiram evoluindo. Em agosto de 2023, a paulista se tornou a primeira medalhista de ouro brasileira na categoria adulta em um Mundial da modalidade. O título foi atingido com ela competindo na categoria até 79kg e erguendo 151kg, o que ainda deu a Mariana o recorde mundial da prova.
Além de Mariana, que volta a competir nos 73kg, a mineira Lara Lima conquistou duas medalhas individuais em Dubai: bronze na disputa entre adultos e ouro na categoria Júnior, na faixa de peso até 41kg. Mulheres ainda subiram ao pódio na disputa de equipes femininas, conquistando a medalha de prata com um time formado por Lara, ao lado da carioca Tayana Medeiros (até 86kg) e da amazonense Maria de Fátima Castro (até 67kg).
O aumento da participação feminina é um dos pilares do Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) elaborado em 2017 e revisado em 2021.
“O avanço das mulheres no halterofilismo nos Jogos veio a partir de vagas conquistadas por elas, via ranking. Isso é resultado de um trabalho muito bom da comissão técnica, que já está em seu terceiro ciclo, e de uma atenção do Comitê Paralímpico Brasileiro tanto para a base como também para o alto rendimento. A modalidade também vem se aproximando da Ciência do Esporte e da Psicologia e recebendo muito suporte dos clubes, o que contribui para esse resultado”, afirmou Murilo Spina, coordenador do halterofilismo no CPB.
“A seleção vem mais forte para estes Jogos. Conseguimos classificar mais atletas por nosso mérito e esforço. Temos mais halterofilistas com chances de medalhas. Também fico muito feliz por estarmos mostrando nosso poder feminino. Sinto muito orgulho de fazer parte deste time que mostra que nosso esporte é para todos, não só para os homens”, afirmou Mariana, que tem baixa estatura.
Mariana disse que os resultados que obteve ao longo do ciclo para os Jogos de Paris permitem que ela se sinta preparada para a nova disputa. “Meu desenvolvimento foi muito positivo. Estipulei metas para serem alcançadas para evoluir mais do que minhas adversárias e consegui atingi-las. Além disso, venho acumulando experiência desde os Jogos do Rio-2016, quando não conseguia nem me concentrar direito. Só a experiência dá o amadurecimento e não permite que a pressão, o público, tirem meu foco”, afirmou.
As disputas no halterofilismo em Paris começam no dia 4 de setembro e vão até o dia 8.
*Comitê Paralímpico Brasileiro