Imagens e vídeos de um boneco pendurado com foto do rosto do técnico do Bahia, Rogério Ceni, junto a ofensas e ameaças escritas em faixas estendidas ao longo de um viaduto próximo à Arena Fonte Nova, estádio do clube, viralizaram nesta terça-feira, 5, nas redes sociais. Atual sétimo colocado e há três partidas sem vencer no Campeonato Brasileiro, o Tricolor baiano recebe logo mais o São Paulo, às 21h30, pela 32ª rodada do torneio.
Em nota de repúdio, o Esquadrão de Aço condenou as manifestações, que classificou como “inaceitáveis”. O clube disse ter contatado a Secretaria de Segurança Pública, para que os responsáveis sejam identificados e punidos. O episódio é similar ao de Vinícius Júnior, atacante da seleção brasileira e do Real Madrid, em janeiro de 2023, na Espanha contra o Atlético de Madrid, rival da capital.
“O Bahia vem a público manifestar seu repúdio aos inaceitáveis atos de ameaças sofridos por seus funcionários através das redes sociais nas últimas horas. A atitude não representa nossa história, nossa essência e principalmente nossa torcida. Respeitamos o direito de protestar, mas condenamos todas as manifestações com teor agressivo e que coloquem em risco a vida de seus representantes, sejam eles dirigentes, membros da comissão técnica ou jogadores”, foi manifestado em um trecho do comunicado.
As faixas dispostas no viaduto – que liga o Vale Nazaré à Avenida Bonocô – tinham inscritas frases como “Ceni burro”, “time covarde” e “acabou a paz”. Em vídeos veiculados em redes sociais, o boneco com rosto do técnico Ceni aparece sendo arrastado pela rua, puxado por uma corda presa na cabeça.
As manifestações ocorreram horas antes de lançamento da campanha nacional Cadeiras Vazias e do Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol, programado para esta noite na Arena Fonte Nova. A iniciativa, promovida pelo Ministério do Esporte, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os clubes e a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (ANATORG), ocorrerá durante o jogo entre Bahia e São Paulo. O setor sudoeste do estádio 384 cadeiras vazias cobertas com uniformes dos mais diversos times brasileiros. O ato simbólico pela paz contará com a presença parentes de torcedores que morreram em situações de violência.
“Coincidentemente, na partida desta noite, Bahia, São Paulo e Ministério do Esporte realizam a campanha chamada de “Cadeiras Vazias”, que visa alertar sobre as várias formas de violência que afastam o público do futebol, desde agressões letais até outros atos graves, como racismo, homofobia, xenofobia, violência contra a mulher e intolerância religiosa”, ressaltou o Bahia em nota.
Com Agência Brasil.