Quando o Botafogo eliminou o São Paulo da Libertadores na disputa de pênaltis, Arthur Jorge não permitiu que Marlon Freitas falasse ao fim da partida sobre a volta por cima do time depois do fracasso de 2023, quando perdeu um Brasileiro que estava “ganho”. O treinador interrompeu a pergunta, se irritou e disse que aquele questionamento não fazia sentido.
No sábado, o Botafogo empatou sua terceira partida seguida no Brasileiro e foi ultrapassado na ponta da tabela pelo Palmeiras antes mesmo do confronto decisivo entre eles nesta terça-feira. É muito cristalino que há uma grande possibilidade de a história se repetir e, novamente, o Glorioso ver escorrer pelas mãos o título brasileiro numa disputa contra o mesmo rival.
E não adianta Arthur Jorge ou John Textor querer esconder este fato. São três empates em casa em jogos em que a vitória era obrigatória, contra times que estão na parte de baixo da tabela: Criciúma, Cuiabá e Vitória. No mesmo período, dá para dizer que o Palmeiras jogou um grande futebol? Raramente, mas não deixou pontos em nenhum lugar. É a diferença fundamental entre uma equipe e outra.
Ainda há o confronto entre eles terça-feira no Allianz Parque. Há um mês nem o mais otimista dos alviverdes acreditava chegar neste momento à frente na tabela. Ao mesmo tempo, nenhum palmeirense desistiu da disputa e esta é outra característica deste histórico time do Palmeiras, a capacidade de suportar e atravessar momentos ruins para ressurgir mais forte.
Do lado oposto está o Botafogo, que demonstra grande incapacidade de suportar o peso da conquista próxima. Isso só vai acontecer naturalmente quando o Glorioso voltar a ser campeão. Para ainda ter chance de isso acontecer, vai precisar fazer o improvável diante do que temos visto nas últimas semanas: ganhar do Palmeiras na casa do rival.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.