A cada evento, a violência entre torcidas de futebol sobre um degrau. Outro dia, foi uma emboscada feita por torcedores do Palmeiras a uma caravana de uma torcida organizada do Cruzeiro, que resultou em morte. Antes disso, o ônibus do Fortaleza foi atacado por torcedores do Sport.
Este fim de semana mais um degrau foi alcançado: uma guerra selvagem nas ruas do Recife entre torcedores do Santa Cruz e do Sport terminou com pelo menos 12 vítimas dando entrada em hospitais. A barbárie chegou a um ponto impensável: um homem foi torturado e empalado por rivais, em uma cena medieval horrorosa.
Ontem, em Belém do Pará, Flamengo e Botafogo se enfrentaram pela Supercopa do Brasil, valendo taça. Em tese, deveria ser o jogo de abertura da temporada, mas no Brasil aconteceu quando os times já estão disputando os Estaduais.
E foi como se nada tivesse acontecido no País. Não se falou do que aconteceu no Recife, não teve faixa da CBF pedindo paz, não teve jogador nem treinador e muito menos dirigente se manifestando. Foi um fim de semana normal.
Como também transcorreu na maior normalidade o clássico entre Santos e São Paulo na Vila ou o Bahia x Vitória, em Salvador.
Um torcedor foi EMPALADO em praça pública por rivais no Recife. É bom repetir porque seria possível o fato ter sido esquecido até por quem está lendo este texto ou mesmo seu autor.
Porque é assim que temos reagido aos degraus que a violência avança a cada briga de torcida. Morreu um ontem? Que triste, vamos jogar bola hoje.
Para completar o cenário desolador, oportunistas aproveitam a barbárie para defender torcida única nos estádios. Medida que pode diminuir eventos violentos em dias de jogos, quando os holofotes estão concentrados, mas não aplaca o ponto central da questão. Basta lembrar que torcedores do Palmeiras fizeram uma emboscada para cruzeirenses no meio de uma estrada em um dia em que os times nem sequer se enfrentaram.
Ah, o Flamengo ganhou com folga do Botafogo e levantou a Supercopa. No dia seguinte ao que vimos no Recife.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.