Uma das estrelas da delegação brasileira, Alison dos Santos enfim começou sua jornada rumo à segunda medalha olímpica. Na madrugada desta segunda-feira, 5, Piu não precisou fazer muito esforço, diminuiu bastante o ritmo ao final da prova classificatório e terminou os 400m com barreiras em terceiro lugar, com o tempo de 48s75, e avançou à semifinal. Na próxima fase, ele terá a companhia do pupilo Matheus Lima, que chegou em segundo lugar em sua bateria com 48s90 e também se classificou para as semis dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, marcada para esta quarta, 7.
“Fiz uma corrida inteligente, tentando focar em conhecer a pista, perceber se está rápida porque isso influencia bastante em uma prova de barreiras. Agora a gente sabe o que tem que fazer na semifinal para conseguir um tempo ainda melhor e chegar na final em uma boa raia”, disse Alison.
“Agora é relaxar, entender o que fazer para correr ainda mais rápido, aproveitar e deixar a mente tranquila, sem aquela adrenalina da estreia”, completou o medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio.
Alison poupou tanto na reta final que acabou ganhando um puxão de orelhas do treinador Felipe Siqueira. O brasileiro apontou na reta final muitos metros à frente dos adversários e diminuiu o ritmo. Acabou sendo ultrapassado por Rasmus Magi, da Estônia, e pelo norte-americano CJ Allen.
“Eu passei a décima barreira, olhei no telão e vi que estava muito na frente, então soltei bastante. Por um descuido eu não vi a rapaziada chegando. Na semifinal eu vou com tudo para vencer a bateria e pegar uma raia boa para a final”, falou Alison.
Apesar de correr na raia 2, que é desconfortável para atletas grandes, Alison gostou da pista. “Está realmente rápida, muito, muito rápida mesmo. Se não tiver cuidado, é capaz de atropelar as barreiras. Então, tem que ter a cabeça no lugar e estar tranquilo para correr”, disse o atleta de 2 metros de altura.
Nascido em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, Alison é um dos principais representantes do atletismo brasileiro. Ele disputa a Olimpíada pela segunda vez, Piu surgiu para o grande público com a conquista do bronze nos Jogos de Tóquio-2020.
Em Paris, Piu enfrenta conhecidos rivais na briga pelo ouro. O norueguês Karsten Warholm e o norte-americano Rai Benjamin, ouro e prata em Tóquio, respectivamente, estão dividindo pódios com Alison em diferentes competições.
“Todos nós estamos bem saudáveis, com um bom shape, mostrando que podemos correr rápido o suficiente para fazer coisas legais, coisas bonitas, quebrar recordes. Tenho certeza de que essa final será muito forte com tempos muito rápidos. Mas eu tenho é que focar em mim e no que posso fazer para chegar na frente deles”, disse o paulista, que serve de ídolo e mentor do cearense Matheus Lima, também classificado para as semis.
“A gente conversou bastante ontem. Eu disse para ele relaxar e não se preocupar com a raia do lado. Fazer o que ele sabe fazer que é correr rápido”, disse Alison.
Matheus tem apenas 21 anos, mas já foi medalhista de prata individual e ouro no revezamento nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, dos 400m com barreiras.
O brasileiro fez um sprint final impressionante em sua bateria e fechou a série em segundo, garantindo a ida para a próxima fase.
“Fiz uma corrida muito estratégica e passei com bastante confiança. É muito gratificante estar nos Jogos Olímpicos representando o Brasil. Um passo de cada vez e, se Deus quiser, vou correr uma final olímpica”, disse Matheus, sem esconder a admiração pelo colega de prova.
“O Alison é uma inspiração. Apesar de eu ser muito novo na prova e já estar fazendo bons resultados como o de hoje, é muito gratificante ter o Alison como adversário, amigo e companheiro de seleção”, afirmou o atleta nascido em Fortaleza.
*Com Comitê Olímpico do Brasil