Enquanto Max Verstappen empilha vitórias, recordes e títulos na Fórmula 1, seus últimos companheiros de Red Bull sofrem com a dura comparação dos números. Sergio Pérez caiu de rendimento e se despediu no fim de 2024, Liam Lawson mal teve tempo de respirar e o recém-promovido Yuki Tsunoda ainda luta para se adaptar e somar pontos.
Afinal, o que torna tão difícil estar no outro lado da garagem da Red Bull? Quem pode ter a resposta é um piloto que passou pela equipe austríaca e inclusive perdeu seu assento para Verstappen em 2016. Na visão de Daniil Kvyat, o segredo não está somente no talento natural do holandês, mas no ambiente moldado quase sob medida para ele.
“Acredito que um piloto pode fazer a diferença, mas é claro que ele vem fazendo um trabalho de alto nível há muitos anos e continua fazendo”, afirmou o russo. “A Red Bull tem sido muito boa em criar um ambiente para ele que é extremamente amigável e extremamente dele.”
Kvyat também destacou que, embora o carro da Red Bull seja altamente competitivo, ele exige um nível de adaptação muito específico. “O Red Bull não é um carro lento, é um carro muito rápido, mas é um carro muito difícil. As equipes sabem mais e há muitos detalhes sobre como um carro de F1 opera, mas extrair o máximo desempenho da configuração é sempre complicado.”
Ao ser questionado se o RB21 — carro da atual temporada — teria sido projetado especificamente para se adaptar ao estilo de pilotagem de Verstappen, Kvyat não hesitou. “Pode ser e seria, claro, lógico”, respondeu. Para o ex-piloto, porém, o desafio vai muito além disso.
“Obviamente, como eu disse, acho que a questão são muitos detalhes nos carros de Fórmula 1: há a temperatura do pneu, a janela de operação do pneu, há uma configuração, há uma janela aerodinâmica – é muito complicado. Se uma peça do quebra-cabeça estiver faltando, os resultados podem ser catastróficos”, destacou.
Kvyat também relembrou que entender e dominar esses detalhes foi um dos grandes desafios que ele próprio enfrentou em seu curto período na F1.
“Você pode ser um bom piloto, mas se não colocar o carro e os pneus nessa janela, vai perder meio segundo”, explicou. “É normal, e essa também é uma das coisas com as quais tive que aprender a lidar nos meus primeiros anos na F1. É um processo muito interessante, mas se você se perder nele, pode realmente arruinar suas chances”, finalizou o russo, que é pai da primeira filha de Kelly Piquet, namorada de Verstappen e que recentemente deu à luz a primeira herdeira do casal.