Ana Marcela Cunha ficou em sexto lugar na prova dos 10km da maratona aquática do Mundial de Esportes Aquáticos, realizada nesta quarta-feira, 16, em Singapura. A nadadora baiana, um dos maiores nomes do esporte olímpico brasileiro, encerrou a prova com o tempo de 2h9min21s, cerca de dois minutos atrás da campeã, a australiana Moesha Johnson.
Campeã olímpica em Tóquio-2020 e dona de um currículo impressionante com 16 medalhas em Mundiais, Ana Marcela buscava seu primeiro título mundial na prova dos 10 km. Ela deixou claro que o resultado ficou aquém do esperado, criticou a organização pelos adiamentos da prova e falou em tom de despedida do Mundial.
“Óbvio que a gente treina e faz tudo para que seja não só pódio, mas brigar pelo primeiro lugar. Sempre foi um sonho ganhar essa medalha de primeiro nos 10km, ainda não foi e não sei se terei outra chance. Quando eu bati ali, foi um alívio, sabe? A gente está há 36 horas [esperando], parece que é uma brincadeira até com os próprios atletas. Primeiro a preocupação era o calor, a água quente. E depois, do nada, a água com qualidade a desejar”, desabafou a brasileira de 33 anos.
Questionada sobre a emoção ao cruzar a linha de chegada naquele que pode ter sido seu último Mundial, a nadadora se emocionou ao relembrar a carreira e reafirmou seu espírito de luta.
“Uma história, né? Há 14 anos, eu estava ganhando a minha primeira medalha em Mundial, depois de não ter me classificado para as Olimpíadas (Pequim 2008), ter sido 11ª nos 10km e sétima nos 5km e vencido os 25, primeira medalha de ouro da história feminina do Brasil em esportes aquáticos. É muita coisa, muita história no total da minha carreira, cinco ciclos olímpicos, quatro Olimpíadas, 12, 16, 20 e 24, campeã olímpica. É tudo isso que passa na cabeça na hora ali de tocar”, disse a atleta.
“Ali no final, eu terminei tomando um pouco de distância das cinco primeiras. Eu sabia que tinham cinco na minha frente. Mas eu acho que pra mim é brigar até o final, independentemente se fui primeira, sexta ou vigésima, eu briguei até o final e isso representa muito para mim”, finalizou.
Ana Marcela ainda tem pela frente mais duas oportunidades de subir ao pódio no Mundial. Ela compete na prova dos 5km nesta quinta-feira, 17, e no revezamento misto 4x1500m no sábado, 19.






