Carlos Alcaraz falou com franqueza sobre a relação que mantém com o italiano Jannik Sinner, seu grande rival na atualidade e um dos principais expoentes da nova geração justamente ao lado do espanhol. Alcaraz desmentiu qualquer animosidade com o adversário e criticou a forma como parte da imprensa e do público tentam criar narrativas de conflito para alimentar a expectativa em torno de seus confrontos.
“As provocações chamam muito a atenção. As pessoas gostam da ideia de que há atrito entre nós. Isso é o que vende”, disse ele. “Embora o tênis seja um esporte individual, estamos sempre com os mesmos jogadores todas as semanas, dia após dia. Eu e o Jannik, que já travamos grandes batalhas em quadra, nos vemos muitas vezes fora dela.”
“Falamos, por vezes treinamos juntos e no fim cria-se uma boa relação, uma relação bonita. Queremos ganhar e superar-nos mutuamente, mas fora da quadra, ser boas pessoas e dar-nos bem é outra questão. Para mim, essa é uma das virtudes e dos valores do esporte”, completou.
Habituado a estar sob os holofote desde o início da carreira, o número 2 do mundo voltou a rechaçar as comparações com Rafael Nadal em meio às constantes batalhas em quadra, especialmente contra Sinner.
“Não quero que as pessoas me chamem de sucessor do Rafa. O tênis sempre teve grandes rivalidades e grandes jogadores. É um privilégio que as pessoas vejam nossos jogos dessa forma, com tanto entusiasmo, mas, no fundo, não temos nenhuma obrigação de fazer o que eles fizeram”, comentou Alcaraz. “Se você não se mantiver fiel aos seus ideais, ao que você quer, essa pressão pode te consumir. É preciso saber separar as coisas.”
Com apenas 22 anos, Alcaraz já se tornou um símbolo da nova geração de atletas que buscam equilibrar o profissional com o pessoal sem medo de mostrar fragilidades. Ele também falou abertamente sobre o desgaste mental e físico de uma temporada intensa, e a importância de se reconectar com o lado simples da vida.
“No fim das contas, é como tudo na vida. Se você joga todos os dias e não tira um tempo para desconectar, essa emoção vai se apagando. Por isso, sempre tento encontrar momentos de diversão, de sentir vontade de viver”, destacou.
“Como um hambúrguer antes, durante ou depois de um torneio. Sempre me permito uma sobremesa, um pouco de chocolate — isso não me causa nenhum problema. Como eu celebro? Talvez quando volto para casa. A comida da minha mãe é sempre a melhor, e bebo champanhe com Coca-Cola, algo que não faço durante os torneios. Sem exagero, claro”, finalizou o espanhol.






