Responsável por recolocar o Brasil no grid da Fórmula 1 após oito anos, Gabriel Bortoleto chega à categoria máxima do automobilismo embalado pelos títulos consecutivos da Fórmula 3 e da Fórmula 2, igualando o feito de nomes consolidados como Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri.
A ascensão meteórica que garantiu uma vaga como titular da Sauber em 2025 parecia improvável até pouco tempo atrás. O paulistano sofria para encontrar patrocinadores em busca de uma vaga na Fórmula 3, até que um bicampeão mundial da F1 cruzou seu caminho e abriu as portas em um momento crucial da carreira.
“Tivemos tantos problemas em 2022. Não estávamos sendo seguidos por ninguém na época. Éramos só eu e meu pai, e não tive oportunidade de ir para a F3. Não é fácil, você precisa encontrar patrocinadores para ajudar você a chegar lá. Então meu pai foi correr no Red Bull Ring com alguns amigos. Ele conheceu Fernando [Alonso] e seus amigos: Fernandez Albilares e Resclosa Coll”, explicou Bortoleto em entrevista ao site da F1.
Os três amigos de longa data fundaram a agência A14, uma empresa especializada na gestão de pilotos com o propósito de identificar e capacitar jovens talentos, auxiliando-os a atingir seus objetivos no automobilismo. Tudo o que Bortoleto precisava.
“Alonso sabia quem eu era, pois corri por sua equipe na FRECA. Tive alguns ótimos resultados para a equipe, como o primeiro pódio, a primeira fila. Nós dois queríamos ficar juntos, eu tendo uma boa equipe de gestão, e eles confiando em um jovem piloto que poderia potencialmente fazer bons resultados no futuro”, disse.
Ter um piloto da qualidade de Alonso ao seu lado é significativo para Bortoleto. O espanhol é considerado um dos pilotos mais talentosos que a F1 já viu – e continua a correr aos 43 anos de idade, 24 anos depois de ter feito sua estreia no esporte.
“Temos um relacionamento muito bom um com o outro”, contou Bortoleto. “Acho que é principalmente um relacionamento profissional. Sempre que conversamos, é principalmente sobre corrida. Quando o vejo na pista, se tenho alguma dúvida, ele sempre me ajudou na F3 e na F2.”
“Posso dizer que sou muito grato por todos os conselhos que ele me deu nos últimos dois anos. Ele tem sido muito bom para mim. Ele está disposto a me ajudar e me ensinar. É um nome forte para se ter por trás. Quando você tem Fernando Alonso te gerenciando, é um pouco diferente porque eles sabem que é alguém como ele confiando que você pode ser um talento futuro”, comentou.
No GP da Austrália, Bortoleto e Alonso vão deixar de lado a relação profissional para virarem rivais dentro da pista. O BandSports transmite as atividades para a primeira prova do ano a partir do dia 14 de março.