A potiguar Maria Clara Augusto se sagrou campeã mundial pela primeira vez ao vencer a prova dos 400m T47 (deficiência nos membros superiores) na madrugada desta quinta-feira, 2, pelo Mundial de atletismo paralímpico em Nova Déli, na Índia. A mesma disputa ainda rendeu o bicampeonato ao maranhense Bartolomeu Chaves, que também subiu ao lugar mais alto do pódio ao vencer a mesma prova pela classe T37 (paralisados cerebrais) pela segunda vez em Mundiais.
Com isso, o Brasil permaneceu na liderança do quadro geral de medalhas, com 10 ouros, 15 pratas e sete bronzes – 32 pódios no total. Os chineses estão em segundo lugar, com oito ouros, 10 pratas e sete bronzes, sendo 25 no total. A Polônia é a terceira colocada, com sete ouros e 13 medalhas ao todo.
Maria Clara Augusto correu a disputa em 56s17, seu melhor tempo nesta prova, e chegou antes que Anastasiia Soloveva, de país neutro, que fez 57s63, e da alemã Jule Ross, com 57s78.
É a segunda medalha de Maria Clara em Nova Déli – havia obtido a prata nos 100m. Ela ainda tem um bronze em Paris 2023 nos 400m.
“Já esperava correr melhor que o tempo de São Paulo. O tempo todo eu vinha com o trabalho mental de: ‘você consegue, você treinou, é só continuar fazendo o certo’. E consegui fazer isso na pista. Foi muito trabalho, desde o ano passado que vinha trabalhando para bater a marca, com o trabalho do treinador, para melhorar cada vez mais. E vou colocar o desafio para ele, que é bater o recorde mundial dessa prova [55s60]”, disse Maria Clara.
Outra brasileira envolvida na prova, a paraense Fernanda Yara, que estava em busca do tricampeonato na prova, cruzou a linha de chegada na quinta colocação, com 58s32.
Já o maranhense Bartolomeu Chaves conquistou a medalha de ouro nos 400m T37 com o tempo de 50s13. Ele era o atual campeão mundial da prova. O brasileiro foi seguido de Anton Feoktistov, de país neutro, que ficou com prata com 50s64, e do colombiano Yeferson Suarez, bronze com 51s19.
É a terceira medalha de Bartolomeu Chaves em Mundiais. Foi ouro nos 400m em Kobe 2024 e bronze nos 400m em Paris 2023.
“Entrei na pista sabendo que ia brigar pelo ouro. Estava confiante. Dei a largada e, depois que passei dos 200 metros e vi que estava na frente, pensei ‘agora não vou deixar ninguém passar’. Daí o ouro veio. Estou muito feliz. Foi a primeira vez que corro na raia nove, não achei ruim. Estava muito confiante. Não vejo a hora de voltar ao Brasil e dar um abraço na minha mãe”, avaliou o atleta que tem o apelido de “Passarinho”.
Outra brasileira envolvida em finais nesta madrugada, a catarinense Suzana Nahirnei, terminou na quinta colocação do arremesso de peso F46 (deficiência nos membros superiores), com a marca de 12,15m. A vencedora da prova foi a uzbeque Karomat Omonova, que fez 13,07m.
Ouro inédito e mais um recorde mundial
A piauiense Antônia Keyla conquistou pela primeira vez a medalha de ouro na prova dos 1.500m T20 (deficiência intelectual). Com o tempo de 4min19s22, ela ainda cravou o novo recorde mundial, superando o anterior que era de 4min23s37.
A polonesa Barbara Bieganowska-Zajac, que era a detentora do antigo recorde mundial, terminou na segunda colocação, com 4min29s60. A australiana Annabelle Colman ficou com o bronze, com 4min35s56.
A fundista brasileira havia sido até então prata nos 1.500m em Kobe 2024 e prata nos 1.500m em Paris 2023.
*Com Comitê Paralímpico Brasileiro






