O Brasil volta a campo nesta terça-feira, 29, para enfrentar o Uruguai às 21h (horário de Brasília), no Estádio Casa Blanca, em Quito, no Equador, e decidir quem avança à final da Copa América Feminina. Ao analisar as adversárias, o técnico Arthur Elias destacou o contra-ataque uruguaio como o principal ponto de atenção e o fato de ser uma equipe objetiva e rápida, que finaliza sem precisar de muitas trocas de passe.
“Elas esticam o jogo, atacam com eficiência e jogam muitas bolas dentro da área. Então, o tipo de jogo do Uruguai tem qualidade de ataques que conheço bem. Espero que a gente consiga manter o domínio, se impor no campo ofensivo e criar oportunidades mesmo com a marcação forte que [o Uruguai] exerce”, explicou o treinador brasileiro após o último treino preparatório para a semifinal na segunda-feira, 28, no CT da LDU.
As duas seleções se enfrentaram três vezes em dez edições do torneio. O Brasil, maior campeão da competição com oito títulos, venceu os três jogos que disputou contra o Uruguai, sem sofrer gols. O último confronto entre as equipes foi na Copa América de 2022, quando a Seleção Brasileira venceu por 3 a 0 na fase de grupos. Na história, essa é a segunda vez que as uruguaias chegam às semifinais. A primeira foi em 2006, quando terminou em terceiro lugar. Nesta edição, as uruguaias encerraram a fase de grupos na segunda colocação da Chave A, com sete pontos. O elenco empatou na estreia por 2 a 2 com o Equador, foi derrotado pela Argentina por 1 a 0, venceu Peru por 1 a 0 e Chile por 3 a 0.
Arthur aproveitou a coletiva para parabenizar a postura das rivais, que, na reta final de preparação para a Copa América, dias antes da estreia contra o Equador, não treinaram como forma de protesto por melhores condições de trabalho e valorização da modalidade. Ele também destacou que a atitude das jogadoras foi importante para que a equipe chegasse onde está.
“Independentemente do jogo, a vitória delas, a luta, a causa e o protesto foram muito importantes para que essa equipe chegasse onde chegou. É muito injusto olharmos para o país, que não oferece oportunidades de melhorias nas condições de trabalho para as mulheres jogadoras. Parabéns a todo o grupo de atletas do Uruguai por lutar por melhorias, que, embora ainda sejam poucas, representam um avanço. Essa coragem é muito mais importante”, comentou.
Na campanha, o Brasil superou a Venezuela por 2 a 0, a Bolívia por 6 a 0 e o Paraguai por 4 a 1. Na última rodada da fase de grupos, a seleção empatou com a Colômbia por 0 a 0. Ao avaliar o desempenho do elenco brasileiro, o treinador destacou que todas as atletas tiveram oportunidade de jogar e contribuir até a classificação para a semifinal, reforçando seu método de trabalho, que consiste em dar chances estratégicas às integrantes do elenco. Para ele, isso fortalece a identidade do grupo, além de estimular coragem e confiança.
“Não só para dar oportunidades, mas para prepará-las melhor para o futuro, que é meu grande objetivo na seleção. Vamos fazer outras trocas também neste jogo. Aqui, temos coragem para agir, dentro e fora de campo. E, além de ter coragem, confiamos em todas as jogadoras. Acho que esse método combina muito com nossa identidade”, finalizou o comandante.
O primeiro finalista da competição já foi definido na noite de segunda-feira, 28, quando a Colômbia venceu a Argentina por 5 a 4 nas penalidades e garantiu sua vaga na grande final. Também na segunda, o Paraguai venceu o Chile por 1 a 0 e ficou com o quinto lugar. A decisão do terceiro lugar será na sexta-feira, 1º, novamente no Estádio Casa Blanca. A Argentina enfrentará o perdedor do duelo entre Brasil e Uruguai.
*Com Confederação Brasileira de Futebol






