Ele fez de novo. Neste domingo, 16, em Saalbach, na Áustria, Lucas Pinheiro Braathen superou a própria marca e com a 13ª colocação na prova de slalom estabeleceu um novo recorde para desempenho de um brasileiro no Mundial de Esqui Alpino. Na sexta-feira, 14, ele havia sido o 14º na prova de slalom gigante. O recorde segue sendo de Isabel Clark, 12ª no snowboard cross, no Mundial de 2001. Entre os homens, Lucas é quem detêm os melhores resultados. Apesar disso, o esquiador de 25 anos prometeu buscar voos ainda mais altos.
“Hoje eu estava me sentindo tão bem, mas não consegui trazer o nível que eu tenho dentro do meu coração para a competição e fazer ainda mais história para o Brasil. Estou muito orgulhoso do que consegui, mas queria trazer a bandeira para o topo do pódio. Foi um campeonato muito complicado para mim. Eu preciso voltar para os treinos, vou trabalhar para as próximas competições, ficar mais rápido, para dançar do jeito brasileiro. Estou muito animado para continuar representando essa bandeira”, disse Lucas ao final da prova.
Na primeira descida, ele foi o 12º atleta a entrar na pista e completou o percurso com o tempo de 1min00s74, 1s51 acima do francês Clement Noel, o mais rápido, e ficou na décima posição. Assim, como a largada para a segunda descida é invertida para os 30 primeiros, o brasileiro foi o 20º a descer. O tempo dele foi de 55.36, o que o colocou no 13º lugar. O brasileiro ainda tem uma agenda a cumprir até o final da temporada e, depois de um breve descanso, vai virar a chave para a sequência da Copa do Mundo de esqui alpino.
“Agora a gente descansa um pouco, por quatro ou cinco dias, e vamos voltar para o treino. Vamos para a competição na Eslovênia e, depois, para a Noruega. A gente vai acabar a Copa do Mundo em Sun Valley, nos Estados Unidos. Vou trabalhar junto da minha equipe, com todos do Brasil, para melhorar, para trazer ótimos resultados nessas últimas competições. Então, vamos lá”, comentou o esquiador, que é filho de pai norueguês e mãe brasileira.
Lucas é o atual sexto colocado no ranking do slalom na Copa do Mundo, prova em que conquistou os melhores resultados na temporada. Das três medalhas dele em 17 provas que disputou desde que começou a defender o Brasil, duas – Kitzbüehel, na Áustria, e Adelboden, na Suíça – vieram no slalom e uma no slalom gigante, em Beaver Creek, nos Estados Unidos. Ele ainda possui dois quartos lugares no slalom em etapas da Copa do Mundo, em Val d’Isere, na França, e Levi, na Finlândia.
Na sexta-feira, 14, ele já havia gravado o nome na história dos esportes de inverno no Brasil ao conquistar o melhor resultado do País em um Mundial de Esqui Alpino, com o 14º lugar na prova de slalom gigante. Até então, o melhor resultado da história havia sido o 24º lugar na prova do combinado de Francisco Giobbi em 1966, em Portillo, no Chile. Porém, se formos considerar os resultados após a organização dos esportes de neve no Brasil, com a criação da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) em 1989, o melhor desempenho havia sido o 33º lugar de Jonathan Longhi, em 2009.
“Brasil, de novo, muito obrigado, por todo amor, por toda a ajuda. Desculpa eu não trazer essa bandeira para o pódio hoje. Vou continuar a trabalhar junto da minha equipe, junto de vocês e o seu amor para fazer isso na competição que vem. Vamos lá, galera, vamos juntos”, finalizou Lucas.
*Com Comitê Olímpico do Brasil