A Copa do Mundo de Clubes começou e com cara de Copa do Mundo. Transmissões caprichadas, gramados bons, cobertura maciça aqui no Brasil e público empolgado, mesmo que os estádios não tenham lotado (muito pelo tamanho deles).
O Botafogo sofreu para vencer o Seattle Sounders, time local que não se intimidou. A vitória (mesmo com placar apertado) era obrigatória e aí é que já entramos na parte do copo meio vazio. O outro jogo do grupo mostrou o PSG com fome. Mesmo que esgotado pelo fim da temporada, massacrou o Atlético de Madrid. Muito provavelmente será o primeiro do grupo e com folga. Resta a outra vaga, que deverá ser disputada por Botafogo e o time espanhol.
Por falar em fome, os 10 a 0 do Bayern de Munique sobre o Auckland City também são sinal de que os alemães estão levando a sério o torneio. Mas é tema para outro texto.
Voltando aos brasileiros. Os 4 a 0 sofridos deixam o time de Simeone mais vulnerável (aliás, a estreia foi uma grande decepção). E aí temos o copo meio cheio. Se o Botafogo conseguir fazer um jogo pelo menos ok contra o PSG, mesmo que perca, poderá entrar em campo contra o Atleti por um empate. Mas para tudo isso acontecer vai ter primeiramente que melhorar seu nível. A estreia foi, no máximo, burocrática.
Já o Palmeiras empatou com o Porto na estreia, no jogo que deveria em tese definir primeiro e segundo colocados para a classificação. O copo meio cheio está no fato de que o time de Abel foi melhor do que o adversário, teve mais chances de gol e poderia ter saído com a vitória, sobretudo no segundo tempo.
O copo meio vazio é o fato de que não venceu e deixou tudo aberto, já que curiosamente ninguém pontuou nem fez gol neste grupo.
O volume de jogo palmeirense e a força física são as boas notícias. A dificuldade em fazer gols, algo recorrente em partidas grandes do Palmeiras, preocupa. Ainda tem o debate: quem entrega mais para o time? O milionário Vitor Roque ou o contestado Flaco López?
E, por último, uma observação. Por que Abel paz e amor revelado ontem na beira do campo se transforma no gritalhão descontrolado quando pisa no Brasil? Ontem, o treinador foi educado, falou pausadamente com o quarto árbitro. Quando subiu um pouco o tom levou cartão amarelo e voltou a se comportar. Fica a pergunta.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.