O Brasil registrou grandes resultados na 53ª edição do Mundial de Ginástica Artística, disputada em Jacarta, na Indonésia. Na madrugada desta segunda-feira, 20, no encerramento da fase classificatória, Caio Souza assegurou vaga na final das argolas. Como competiu na subdivisão 2, na madrugada de sábado, 18, para domingo, 19, o brasileiro teve de esperar a conclusão da subdivisão 6 para confirmar seu lugar entre os oito melhores do mundo no aparelho.
Caio fez uma apresentação primorosa nas argolas, finalizada com um triplo mortal cravado na saída. Os 14.333 pontos – mesma nota do sétimo colocado, o belga Glen Cuyle – o deixaram na oitava posição. A diferença ficou na execução: 5.800 para o ginasta europeu contra 5.700 do brasileiro, que tem em seu currículo as finais do salto no Mundial de Doha-2018, no Catar, do salto novamente em Liverpool-2022, na Inglaterra, e paralelas em Kitakyushu-2021, no Japão.
Na final do individual geral, o Brasil vai contar com Caio, que avançou na oitava posição (79.166) e Diogo Soares, dono da décima colocação (78.798).
Diogo emplacou sua terceira final do individual geral em edições do Mundial. As anteriores foram em Liverpool-2022 e Antuérpia-2023. O ginasta paulista também fez a final nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, e nos de Paris-2024. Suas notas foram 13.866 (barra fixa), 13.666 (paralelas), 13.533 (solo), 13.133 (cavalo com alças), 12.500 (salto) e 12.400 (argolas).
Caio figura entre os 24 melhores do mundo na soma dos seis aparelhos pela sexta vez em sua carreira em um Mundial. As edições em que já havia avançado foram as de 2017, 2018, 2019, 2021 e 2022. Além dos 14.333 nas argolas, ele registrou ainda 13.733 (barra fixa), 13.700 (paralelas), 13.300 (salto), 13.100 (solo) e 11.000 (cavalo).
Apenas China, Suíça e Brasil colocaram dois de seus ginastas entre os dez primeiros finalistas do individual geral.
“Argolas é um aparelho muito disputado, com notas muito próximas no alto nível. Há alguns anos, estamos trabalhando para aumentar a nota final. Fizemos esforços para melhorar a nota de partida, incorporamos e substituímos elementos, testamos saídas diferentes. Foi um longo caminho. Vimos o Caio fazer uma linda série, coroada com uma saída cravada. Isso fez toda a diferença para essa classificação histórica. Esse ginasta é um guerreiro incansável, que está de parabéns”, disse Ricardo Yokoyama, treinador de Caio.
“A meta principal, neste ciclo, é o Mundial de 2027, que será decisivo para a classificação aos Jogos Olímpicos do ano seguinte. Promovemos muitas mudanças nas séries do atleta e nos treinamentos. Foram feitas adaptações e incluídos exercícios nos quais vi possibilidades de elevação das notas. As séries do Diogo ainda estão em construção. Não se encontram ainda completamente limpas e seguras como espero. Nesse processo, o Mundial da Indonésia está sendo essencial porque mostra um início de consolidação de séries, e revela margem para melhora”, analisou Daniel Biscalchin, treinador de Diogo Soares.






