Após a decisão pelo bronze do torneio individual de tênis de mesa da Olimpíada de Paris-2024, quando foi derrotado pelo prodígio francês Felix Lebrun e terminou a competição sem medalha depois de emplacar o melhor resultado da carreira em Jogos Olímpicos, Hugo Calderano foi claro. “Eu vou ficar decepcionado por dias, semanas, meses, mas vou voltar e tentar de novo. Tenho muito tempo pela frente ainda, estou evoluindo”, prometeu.
E cumpriu. De volta ao circuito, o brasileiro tem sido um dos grandes nomes do esporte em 2025. Em abril, Calderano gravou seu nome na história do tênis de mesa mundial ao conquistar o título da Copa do Mundo e se tornar o primeiro jogador das Américas a vencer a competição, que este ano foi disputada em Macau, na China.
Para garantir o feito, carioca derrotou os três melhores do ranking mundial. Lin Shidong, número 1 do mundo, na final; Wang Chuqin na semi e o japonês Harimoto Tomokazu nas quartas. Uma campanha avassaladora.
“Acho que o jogo mais difícil foi o jogo da semifinal, né? Que foi um 4 a 3, ali, com uns altos e baixos. E foi o jogo mais emocionante também, da classificação para o final”, relembrou.
A partida ficou na memória do atleta especialmente pelo o que julgou ser o ponto mais bonito do Mundial. “No último set, quando estava 4 a 3. E foi um ponto que a galera gostou bastante”, relembrou.
No mês seguinte, Calderano seguiu fazendo história ao chegar à final do Mundial, em Doha, no Catar. Outra campanha inédita de um mesatenista das Américas – até então, apenas jogadores asiáticos e europeus alcançaram a final. Na ocasião, o brasileiro foi superado pelo chinês Wang Chuqin, o mesmo a quem havia derrotado na semifinal da Copa do Mundo, em uma partida em que o brasileiro pagou o preço do cansaço pelas disputas em tão pouco tempo.
Mas nada que tire o brilho de um ano tão vencedor. Depois destas duas grandes competições, chegou o momento de uma parada. “Uma semaninha no Rio para comemorar com a minha família, com as pessoas próximas e depois voltar para o meu circuito”, contou Hugo.
Ainda que o ano já seja extremamente vitorioso, a programação de Calderano é de uma pausa e nada mais. “O circuito continua, tem muitas grandes competições. Claro que as principais foram a Copa do Mundo e o Campeonato Mundial, mas ainda tem várias etapas do Grand Smash. E tem agora inclusive a final da Bundesliga, da Alemanha. Acho que é importante aproveitarmos todo o esforço que foi compensado agora com esse resultado”, afirmou.
É como funciona a cabeça de um atleta de alto rendimento que treina para desafiar seus limites atrás de melhores resultados, o que o levou ao estágio atual de ser uma pedra no sapato dos chineses, que dominam o esporte – algo impensável anos atrás.
“Desde o início da minha carreira, eu sempre falo que um dos meus objetivos é fazer frente, ganhar dos chineses nas grandes competições e eu acho que sempre fui um cara que conseguiu evoluir a cada ano, sempre consegui atingir um nível cada vez mais alto. Era muito feliz por conseguir chegar cada vez mais perto. Agora, consegui realmente jogar de igual para igual. Isso é muito gratificante e espero que outros atletas também sigam este caminho e tenham sempre objetivos a seguir”, finalizou Hugo.
*Com Comitê Olímpico do Brasil