Claire Williams abriu o jogo sobre a difícil decisão de manter George Russell na Williams entre 2019 e 2021, mesmo diante do interesse da Mercedes em promovê-lo a seu piloto antes. A ex-chefe e proprietária da equipe explicou detalhes do dilema que viveu ao impedir a saída do britânico e revelou que fica chateada até hoje com a decisão.
“O George queria ir para a Mercedes nos últimos anos e eu não podia deixá-lo ir, e eu odiava isso”, contou Claire em entrevista ao podcast Beyond The Grid. “Pensar nisso me deixa chateada. Eu sentia que precisava dele mais do que a Mercedes, e ele estava sob contrato. Se eu o deixasse ir, que mensagem isso teria enviado?”
Segundo a filha de Frank Williams, fundador da tradicional escuderia britânica, a resistência à liberação também foi uma questão de postura profissional, já que sua função era colocar os interesses da equipe como prioridade.
“Que tipo de chefe de equipe eu seria se tivesse simplesmente deixado o George ir porque a Mercedes disse: ‘Queremos o George agora’? Não é assim que funciona, né?”, questionou. “[George] estava claramente chateado e foi muito difícil… mas eu tinha que colocar meu time em primeiro lugar. Por mais que eu adorasse realizar os sonhos do George, não consegui na época, e essa foi uma das partes mais difíceis de ser chefe de equipe”, falou Claire.
“Eu sempre dizia ao George: um dia você será grato por isso, porque isso vai te dar resiliência, vai te dar força”, acrescentou.
Russell só estrearia na Mercedes em 2022 em substituição a Valtteri Bottas. Com a saída de Lewis Hamilton no fim do ano passado, ele passou a ser o principal piloto da equipe alemã e agora conta com uma torcedora especial na busca pelo título da Fórmula 1.
“Acho que o George tem o maior potencial para seguir em frente e ser, eu acho, um campeão mundial. E eu vejo isso. George está em um nível diferente… Eles entram naquela zona de estrelato absoluto, e George está lá agora”, finalizou Claire.