Juliana de Menis Campos recolocou o Brasil em um final do salto com vara feminino após dez anos. A saltadora de 28 anos anos disputou a qualificação do Mundial de Tóquio, na noite de domingo, 14, e avançou para a decisão com a marca de 4,60 m. A disputa por medalhas será realizada na quarta-feira, 17, às 8h10 (horário de Brasília).
A última brasileira finalista do salto com vara feminino foi Fabiana Murer, que no Mundial de Pequim, em 2015, conquistou a medalha de prata com a marca de 4,85 m – na época, recorde sul-americano (a ex-saltadora estabeleceu o atual recorde, 4,87 m, em 2016). Este é o segundo Mundial de Juliana, que disputou a edição de Budapeste, em 2023, e não passou da qualificação – com 4,50 m, ficou na 22ª posição. Beatriz Chagas também disputou a qualificatória em Tóquio, mas não conseguiu nenhum salto válido.
“Eu estou muito feliz, muito emocionada, porque é o que eu sempre quis, sempre esteve nos meus objetivos chegar a uma final de Mundial. Eu estava com medo, porque no salto com vara tudo pode acontecer. Mas fiquei muito firme, em não deixar a ansiedade vencer a parte técnica. E simplesmente deu tudo certo, aconteceu o que eu treinei”, avaliou Juliana, em entrevista ao SporTV. “A final vai ser uma experiência nova. Vai ser uma altura de cada vez.”
Seguindo os passos de Fabiana, com quem treinou em São Caetano do Sul, sua cidade natal, Juliana é a segunda melhor brasileira em todos os tempos na prova. Nesta temporada, melhorou suas marcas pessoais de maneira consistente.
Ju, como é conhecida, melhorou sua marca pessoal quatro vezes no ano. Até o início desse ano, tinha 4,60 m como recorde pessoal, estabelecido em 2023. Agora treinando na Itália, a brasileira passou a ter uma grande evolução em seus resultados. Em 18 de julho, saltou 4,76 m, seu recorde pessoal, em Schlanders (ITA); em 13 de julho, saltou 4,73 m, em Portugal (ambas as marcas eram índice para o Mundial do Japão). Em 2 de junho, na Itália, fez 4,63 m. Em 24 de junho, no Golden Spike de Ostrava (República Checa), fez 4,66 m. Em 6 de julho, na Grécia, saltou 4,68 m.
“Foi importante minha ida para a Itália para renovar o meu ânimo, depois da Olimpíada. Para ficar mais quatro anos (até Los Angeles-28), eu precisaria de energia. Fui para fora, fui muito bem recebida, deu muito certo. Grande parte disso já estava dentro de mim, só tinha algumas pontas soltas que eu precisava entender. Foi o combo perfeito”, contou Juliana, que treinou no Brasil com Elson Miranda e Karla Rosa da Silva, e agora trabalha, na Itália, com Marco Chiarello, em Pádua.
*Com Confederação Brasileira de Atletismo






