O Brasil terá três representantes no Mundial de Esqui Alpino de 2025, que vai até o próximo dia 16, em Saalbach, na Áustria. O número, por si só, já chama a atenção considerando que somos um país tropical, mas o que mais impressiona é que o time chega à competição com boas chances de quebrar uma série de tabus desde que estreou em Mundiais da modalidade, há 59 anos, em Portillo, no Chile.
Se em 1966 a realização do evento no Hemisfério Sul desafiou a lógica – essa segue sendo a única edição do evento em um país do sul global até hoje –, a participação brasileira foi ainda mais impressionante e contou com os atletas Francisco e Luigi Giobbi, Michael Reis de Carvalho e Sergio Hamburger.
Francisco Giobbi foi o responsável pela melhor participação brasileira ao terminar em 24º lugar na prova do combinado. Naquela edição do Mundial nenhum atleta sul-americano conquistou medalha. E esse tabu segue até hoje.
Indo um pouco mais longe, considerando os Mundiais de todas as modalidades olímpicas de neve, o melhor desempenho brasileiro é a 12ª posição de Isabel Clark no snowboard cross em 2001.
Assim, Lucas Pinheiro Braathen, atleta nascido na Noruega, mas filho da brasileira Alessandra Pinheiro Braathen, aparece como a principal esperança de superação dessas marcas. Destaque do renomado jornal esportivo francês L’Equipe, no último dia 7, Lucas chega entre os melhores do mundo nas chamadas provas técnicas: slalom e slalom gigante.
O desempenho na temporada e o histórico dele permitem sonhar. Ele já disputou 15 provas com as cores do Brasil em seu retorno ao circuito internacional da modalidade e conquistou três medalhas: duas pratas (em Beaver Creek, nos EUA, e em Adelboden, na Suíça) e um bronze em Kitzbuhel, na Áustria. Ele também possui três quartos lugares.
A medalha em Beaver Creek foi o primeiro pódio do País em uma competição deste nível em esportes de neve, o segundo em modalidades de inverno, a primeira foi de Nicole Silveira, no skeleton. Em 2023, ele dominou o circuito, conquistando o título geral do slalom da Copa do Mundo de esqui alpino, prêmio dado ao atleta com a soma dos melhores resultados em etapas da competição.
O Brasil estará representado ainda por Giovanni Ongaro e Christoph Brandtner, outros dois atletas que também passaram a defender o País nesta temporada. Eles também competirão nas provas de slalom gigante e slalom, nos dias 14 e 16. Ambos estão na corrida olímpica para Milão-Cortina-2026, uma vez que o Brasil já garantiu uma vaga nos Jogos e, muito provavelmente, terá mais uma – até duas – vaga extra.
Mundial de Esqui Alpino 2025 (programação no horário de Brasília):
Terça-feira (11/02)
06:00 – Downhill feminino – Combinado
09:15 – Slalom feminino – Combinado
Quarta-feira (12/02)
06:00/09:00 – Classificatória do slalom gigante feminino
06:00 – Downhill masculino – Combinado
09:15 – Slalom masculino – Combinado
Quinta-feira (13/02)
05:45/09:15 – Slalom gigante feminino
06:00/09:00 – Classificatória slalom gigante masculino
Sexta-feira (14/02)
06:00/09:00 – Classificatória slalom feminino
05:45/09:15 – Slalom gigante masculino – com Lucas Pinheiro Braathen
Sábado (15/02)
05:45/09:15 – Slalom feminino
06:00/09:00 – Classificatória slalom masculino
Domingo (16/02)
05:45/09:15 – Slalom masculino – com Lucas Pinheiro Braathen
Cerimônia de Encerramento
*Com Comitê Olímpico do Brasil