O Amazonas parecia o adversário perfeito, assim como o palco, o Maracanã. Mas apesar da vitória, o Flamengo saiu de campo sob vaias nesta quinta-feira.

Se não há um divórcio, há claramente um casal que não se entende mais. Falo isso sobre a relação time x torcida.

O fato é que o Flamengo de novo jogou mal. Produziu muito pouco contra um time que foi para o Rio de Janeiro apenas para se defender e perder de pouco. Se alguém saiu satisfeito de campo na quinta-feira, incrivelmente, foi o derrotado Amazonas de Adilson Baptista.

Tite tentou achar a identidade perdida do time sacando uma arma inesperada: Gabigol, que voltou de suspensão e vinha treinando fora do clube. Claramente ainda sem ritmo de jogo, pouco ajudou. E fica a pergunta: e a ciência? Tite explicou que a "necessidade" fez com que ele deixasse o atacante em campo por um longo tempo na segunda etapa.

As vaias nos minutos finais, antes mesmo do encerramento da partida indicam uma torcida que não tem mais paciência com o futebol raquítico do time muito menos com as explicações rebuscadas do treinador: expressões como "passo atrás" dadas por Tite mais irritam do que acalmam.

Tite tem pouco mais de 200 dias à frente do Flamengo, que reforçou o elenco e é um dos mais fortes times do continente. A distância entre o que este time produz e o que se espera parece aumentar em vez de diminuir. Tite vive seu pior momento no clube e as vaias desta quinta-feira são um recado: apenas vencer não será o suficiente, é

preciso dar alma a este camisa.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.