A Fórmula 1 está de volta após um final de semana sem corridas. Vamos madrugar com as atividades do GP da Austrália — eu, particularmente, gosto desse horário, pois me remete à infância, ao final da década de 1980 e início dos anos 1990, quando Nelson Piquet e Ayrton Senna conquistavam títulos.
Claro, beirando os 40 anos, já não tenho mais a disposição de outrora e, às vezes, me arrependo de dizer que amo as madrugadas da Fórmula 1 — sempre questionadas na manhã do dia seguinte. Mas, enfim, vou acompanhar atentamente tudo o que vai rolar em Melbourne.
Depois do GP do Bahrein e do GP da Arábia Saudita, me pergunto o que poderíamos ter de diferente neste final de semana. Apesar da pista ter características distintas das etapas anteriores, não acredito que teremos mudanças no que vimos até agora: Red Bull muito na frente, Ferrari logo atrás, com McLaren, Mercedes e Fernando Alonso disputando as posições seguintes.
Em condições normais, o décimo lugar fica com Lance Stroll. Este posto só foi de Nico Hulkenberg em Jeddah por causa da batida do canadense. Aliás, pelo menos com esse desequilíbrio entre as equipes, esse ponto da Haas vale ouro, como bem frisou o chefe da equipe, Ayao Komatsu.
Uma surpresa que pode acontecer é a Ferrari se colocar entre Max Verstappen e Sergio Pérez. Charles Leclerc é meu candidato ao segundo lugar. Uma aposta ousada, mais baseada no feeling do que em dados — afinal, a Red Bull está disparada na frente. Carlos Sainz, que havia começado o ano muito bem, vai comemorar se ficar entre os cinco primeiros. O espanhol admite que não está 100% após cirurgia no apêndice.
Não seria surpresa, mas bater Lando Norris será como uma vitória para Oscar Piastri, que vai correr em casa. Daniel Ricciardo faria o ‘shoey’ se marcasse pontos nas ruas de Melbourne, algo que considero ser muito difícil.
Em 2023, Lewis Hamilton foi pódio na Austrália, mas me surpreenderia se o britânico chegasse à frente de George Russell. Para mim, o heptacampeão já viu que não tem o que extrair do carro. Se ele der o máximo, vai conquistar um Top 5 na melhor das hipóteses. Pode até ser inconsciente, mas ele já está no modo Ferrari 2025.
O fato é que a Fórmula 1 começou 2024 com três blocos. A Fórmula Red Bull, os que brigam por pontos [Ferrari à frente destes] e os demais. Essa última turma tem um Alexander Albon que pode furar a bolha em algumas ocasiões, mas vai ser raro, como a Haas em Jeddah. Um bolo que tem a Alpine, em quem não deposito nenhuma confiança.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Bandsports.