No meio da semana a "ciência" havia sido colocada em xeque depois que o Flamengo perdeu para o Bolívar na altitude. Neste domingo, não exatamente ela, mas o desempenho raquítico do time no clássico contra o Botafogo esquentou o ambiente. Derrota por 2 a 0 em um jogo em que a falta de criatividade do time rubro-negro foi o que mais chamou a atenção.

A comissão técnica de Tite explicou que poupar alguns jogadores contra o Palmeiras e o Bolívar não tinha como objetivo ter todos inteiros contra o Botafogo, mas sim ter a maior parte do elenco em boas condições a médio e longo prazo.

Mas o que a torcida reclamou especificamente no jogo contra o Botafogo foi que o time, estando descansado ou não, jogou mais uma vez mal. Sem criatividade, e abusando de cruzamentos na área e com a impressionante marca de nenhuma finalização correta ao longo de mais de 90 minutos de futebol. Pode não ser culpa direta do trabalho do treinador, mas é sobre ele que estão voltadas as baterias neste momento.

Na coletiva depois do jogo, Tite disse que em todo trabalho há uma queda para em seguida o time voltar mais forte. Ele entende que o Fla está exatamente neste ponto mais baixo neste momento. Aqui há outro problema: o ponto alto até aqui foi no Campeonato Carioca, que tem um nível competitivo muito baixo. E fica a pergunta: o ponto alto do Fla só foi alto porque os rivais não tinham capacidade?

Fato é que pessoalmente Tite vai vivendo sua primeira crise comandando o Flamengo. Depois de dois ciclos de Copa, esta é a primeira vez que ele se depara com a pressão do dia a dia, diferente do que é de uma seleção, em que os holofotes estão sobre seu trabalho apenas na Copa do Mundo.

Experiente, Tite pode sair dessa. Mas, para começar, seu time tem de começar a jogar melhor. Esta é a dívida do Flamengo atual.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Bandsports.