Maior medalhista olímpica e mundial do judô brasileiro, Mayra Aguiar anunciou o fim da sua carreira competitiva depois de representar a Seleção Brasileira e a Sogipa em cinco ciclos olímpicos consecutivos, de Pequim-2008 a Paris-2024. Aos 33 anos, a judoca gaúcha despede-se das competições deixando um enorme legado ao esporte brasileiro, com carreira marcada por recordes e conquistas que a colocam na prateleira dos maiores atletas do Brasil.
“Vivi muito intensamente o judô desde os meus 14 anos, quando entrei pela primeira vez na Seleção Brasileira principal. Com apenas 16, disputei meus primeiros Jogos Pan-Americanos e, aos 17, minha primeira Olimpíada. Foi pesado. São quase 20 anos no esporte de alto rendimento, suportando viagens, lesões e uma rotina de treinos muito intensa. Agora, vou descansar um pouco e pensar no futuro”, afirmou a judoca.
“Fui até onde meu corpo permitiu e, mesmo quando ele não permitia mais, forcei ainda mais alguns anos, porque sou teimosa”, escreveu Mayra na legenda do vídeo que publicou em suas redes sociais.
Em Jogos Olímpicos, Mayra é a recordista do judô brasileiro em participações, tendo lutado em cinco edições consecutivas – Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016, Tóquio-2020 e Paris-2024 – e também recordista de medalhas individuais, com três bronzes conquistados consecutivamente em Londres, Rio e Tóquio.
Já em Campeonatos Mundiais, os números são ainda maiores. Ela é a única tricampeã mundial entre homens e mulheres e recordista em números de medalhas. Foram sete pódios (três ouros, uma prata e três bronzes) em Mundiais Sênior e quatro (um ouro, uma prata e dois bronzes) em Mundiais Júnior.
A trajetória de Mayra nos tatames foi marcada também pela precocidade. Estreou na seleção júnior (Sub-20) aos 14 anos e, aos 16, teve sua primeira grande conquista na equipe adulta ao sagrar-se vice-campeã dos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Um ano mais tarde, estreou em Jogos Olímpicos, em Pequim, com apenas 17 anos, ainda no peso médio (70kg).
No ano seguinte, fez a subida para o meio-pesado (78kg) e passou a empilhar conquistas, dominando a categoria nacionalmente e se mantendo entre as melhores do mundo por 15 anos. Foi a número 1 do mundo no ranking da Federação Internacional de Judô (IJF) ao final de duas temporadas (2013 e 2022).
É ainda a única brasileira campeã dos tradicionais Grand Slam de Paris (2012 e 2016) e de Tóquio (2023), sua última conquista no Circuito Mundial da IJF.
“Entreguei sempre tudo o que eu tinha. Em cada competição, em cada luta, deixei o máximo no tatame. Sou muito orgulhosa por tudo que fiz e muito grata a todas as pessoas que me ajudaram nessa caminhada, porque ninguém faz nada sozinho. Agora, vou recuperar o corpo e a mente e dedicar mais tempo a mim e às pessoas mais próximas”, finalizou Mayra.
Veja as homenagens da CBJ e do Time Brasil:
*Com Confederação Brasileira de Judô