Comprado pela Red Bull, o Bragantino se transformou em outro clube em 2019. Mais estrutura, mais dinheiro, melhores jogadores, participação em torneios internacionais, chegando a ser finalista da Copa Sul-Americana e presença sólida na primeira divisão do futebol nacional sem jamais correr risco de cair.
Foi este time que enfrentou e perdeu para o Corinthians nesta terça-feira em Ribeirão Preto no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Menos pelo jogo de ontem, que deixa o confronto ainda aberto para a próxima fase, mais pelo comportamento do time desde a transformação, fato é que o Red Bull Bragantino é um time sem alma.
Já virou uma espécie de piada dizer que quando o Red Bull Bragantino vai “torcer a faca”, o instrumento é daqueles encontrados em bolos vendidos em supermercado: de plástico, mole, que só consegue fazer estrago no bolinho macio, mas incapaz de machucar qualquer um.
O elenco do Bragantino desde 2019 quase sempre foi muito bom tecnicamente, fisicamente e de idade (sempre jogadores jovens). Os ingredientes estão aí para que seja um time temido. Mas simplesmente não é. Quando se espera algo a mais, ele nunca vem. Assim foi, por exemplo, em 2023, quando em um determinado momento tinha um caminho aberto para ser campeão brasileiro quando o Botafogo começou a
despencar. Mas o próprio Bragantino caiu de produção e acabou na pré-Libertadores, para ser eliminado, indo para a Sul-Americana.
Trabalhar em um regime absolutamente profissional, tendo como meta contratar promessas para revender mais adiante parece ter liquidado o espírito de competição que um time necessita ter. Jogar no Bragantino soa como estar em uma vitrine e nada mais importa.
Nesta terça-feira, enfrentando um Corinthians fragilizado e que luta para não cair, era a chance de o Bragantino fazer um bom resultado. Mas ele não decepcionou. Perdeu. Como sempre perde nessas horas importantes.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.