O Flamengo foi eliminado da Copa do Mundo de Clubes ao ser derrotado por 4 a 2 pelo Bayern de Munique nas oitavas de final. E o que tenho visto por aí são análises elogiosas demais ao desempenho do time de Filipe Luís.
“Jogou como Flamengo”, “não ficou na retranca”, “tentou jogar”, “não fugiu das suas características” foram algumas das expressões que pipocaram sobre a derrota.
O Flamengo é uma potência sul-americana, um dos melhores times do Brasil com alguma folga e esses elogios são impossíveis de tirar do Rubro-Negro. Filipe Luís já é um dos melhores treinadores brasileiros da atualidade.
Mas nada disso anula o fato de que nos 90 e poucos minutos do confronto contra o Bayern o Rubro-Negro não chegou nem perto de ameaçar o rival, que sim (é preciso sempre ressaltar) é um dos times mais poderosos do planeta.
Todas as vezes que a diferença ficava de apenas um gol, o Bayern entrava novamente no modo competição e fazia mais um. E assim levou a classificação. A maior posse de bola e o maior número de finalizações do Rubro-Negro são daquelas estatísticas que pouco mostram o que foi a partida, amplamente dominada pelo time alemão. O que não é surpresa nem demérito ao time brasileiro.
Muito mais do que o “jogou como Flamengo”, o importante deste jogo para o time da Gávea foi o intercâmbio com uma equipe muito melhor. O Rubro-Negro está acostumado a ser o Bayern por aqui, subjugando adversários mais fracos. No domingo, viveu realidade oposta.
Dizer que o Flamengo perdeu apenas pelos seus erros reduz e muito a análise do jogo. O time de Filipe Luís costuma (de maneira brilhante) forçar o erro dos adversários e conseguir vitórias no Brasil, exatamente o que o Bayern fez com ele. Se quando o Fla faz isso os méritos são dele, o Bayern venceu porque forçou o rival a errar boa parte do tempo.
De volta ao intercâmbio e ao aprendizado. Filipe Luís que, repito, já é um dos grandes treinadores desta geração, pode ter aprendido algo importante: nem sempre se pode jogar da mesma forma. Há adversários e adversários, cada um merece uma estratégia. O atual técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, é mestre em jogar de acordo com o que vê do outro lado.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.