Gabriel Aparecido dos Santos Garcia, que foi aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris-2024 e trouxe duas medalhas de ouro com Jerusa Geber, nos 100m e 200m, na categoria T11, tem seu foco agora voltado para o início de 2025, na disputa do Mundial Indoor de Atletismo, que será realizado em Najing, na China, de 21 a 23 de março.
Gabriel, de 27 anos, viveu um ano para lá de especial em 2024, se qualificando para o Mundial de Revezamentos de Nassau (Bahamas) e os Jogos Olímpicos de Paris (França), na equipe do 4x100m. Ele ainda registrou sua melhor marca pessoal e foi campeão dos 200m no Troféu Brasil. Para coroar tudo isso, o atleta do Pinheiros conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris como guia.
Gabriel venceu os 200m na principal competição interclubes do País com recorde pessoal: 20s51, sua primeira conquista no Troféu Brasil. Desde que entrou no atletismo Gabriel escuta dos treinadores que é um corredor dos 200m.
“Gosto de correr os 100m, mas até Los Angeles quero brigar por uma final e uma medalha nos 200m. Estar em Paris esse ano me deu confiança. No ciclo de Los Angeles quero correr um bom 200m. O Claudinei me manda mensagem. A gente sempre fala que vou quebrar o recorde dele”, comentou Gabriel. O ídolo Claudinei Quirino é recordista brasileiro dos 200m com o tempo de 19s89 desde 1999, marca obtida em Munique, na Alemanha.
“Depois de um longo trabalho, tirei umas férias – comi tudo o que eu tinha que comer – mas outubro já é mês de entrar na base. Corro bem os 60 metros, distância do Mundial Indoor para a velocidade, e também tem Mundial ao ar livre em Tóquio-2025 e quero surpreender ainda”, disse Gabriel, que poderá correr os 400m algumas vezes, mas como preparação para os 200m e pensando na temporada ao ar livre.
“Eu nunca vou esquecer este ano em que fui para o Mundial de Revezamentos, a Olimpíada e a Paralimpíada. E a emoção de trazer as medalhas é única”, comentou Gabriel. “Ser guia não é fácil. Faço o meu treino, faço o dela, sempre tenho de estar no alto nível. Fizemos um trabalho juntos, com o time da Jerusa, para eu não me machucar e deu bom”, afirmou.
Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021, a cordinha que prendia Gabriel e Jerusa Geber rompeu e “foi uma tristeza”, observou o velocista, acrescentando que sua parceira tem 42 anos. “Pensamos que 2024 seria o nosso ano, na quinta Paralimpíada dela. Eu voltei para o Brasil após a Olimpíada, treinamos aqui uma semana ainda para ajustar os detalhes, e só então voltamos para a França.”
Na medalha dos 100m confirmaram o favoritismo com o título paralímpico. No ouro dos 200m, surpreenderam ao ultrapassar a chinesa Cuiqing Liu pouco antes da linha de chegada.
“Antes, a gente se abraçou e falou que um confiava no outro e vi que estávamos bem. Ela se emocionou muito porque trabalha desde 2008. Ela está muito feliz. E eu também. Tiramos um peso das costas”, lembrou Gabriel.
*Com Confederação Brasileira de Atletismo