O Flamengo enviou à CBF um estudo muito bem fundamentado contra a utilização de gramados sintéticos no Brasil.
A iniciativa resultou em reação imediata do Palmeiras e sua presidente, Leila Pereira, subiu o tom defendendo a utilização do piso artificial e atacando o rival em outros pontos. E a tréplica veio com declaração também forte de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, mandatário do Rubro-Negro, reforçando ser contra o “gramado de plástico”.
Peço licença ao leitor para escrever o próximo trecho deste texto em letras garrafais, de forma que não exista dúvida sobre a minha opinião.
EU SOU ABSOLUTAMENTE CONTRÁRIO À UTILIZAÇÃO DE GRAMADOS ARTIFICIAIS NO FUTEBOL BRASILEIRO. ELES PRECISAM SER ELIMINADOS O QUANTO ANTES PARA CONTER UMA VERDADEIRA EPIDEMIA QUE SE ALASTRA PELOS QUATRO CANTOS DO PAÍS, DESDE ESCOLINHAS DE FUTEBOL, PASSANDO POR CAMPOS DE VÁRZEA E ATINGINDO O MAIS ALTO NÍVEL, COMO ESTAMOS VENDO.
Minha opinião acima não invalida o que vem agora. Esta disputa gramado natural x sintético é uma batalha de uma guerra maior que vem sendo travada entre clubes poderosos do Brasil. Outras batalhas foram e continuam sendo travadas paralelamente a esta.
Palmeiras e Flamengo são os clubes dominantes do cenário nacional e assim será nos próximos muitos anos, como tenho dito. Mas o ponto aqui é outro. A iniciativa do Flamengo de fazer um estudo muito bem feito sobre gramados sintéticos também é uma maneira de tentar asfixiar o poder financeiro daquele que é seu principal rival. Quando Bap fala que não é justo que seu clube gaste milhões para ter um gramado bom enquanto outros fazem shows, ele de alguma forma explicita isso.
Os gramados sintéticos existem na elite do futebol brasileiro desde 2019, quando o Athletico Paranaense implementou em seu estádio. Nunca desde então houve uma campanha tão forte contra a sua utilização como está sendo feito agora partindo de um clube. (o leitor que está me chamando de clubista ou anti-Flamengo agora volte a ler o trecho em letras garrafais, por favor).
Justo dizer que ano passado jogadores fizeram campanha contra o piso sintético, mas foram devidamente ignorados por dirigentes e ficaram sozinhos na luta, que perdeu força. Ganhou de novo quando o Flamengo se posicionou claramente.
O Maracanã, estádio onde o Flamengo manda seus jogos, tinha um dos piores gramados da elite do País há poucos anos, mas agora está em boas condições. Portanto, o terreno para a crítica ao sintético ganhou amparo e por isso ela foi feita de forma muito bem argumentada neste momento.
Batalhas como a do gramado são travadas o tempo todo no futebol brasileiro. Quando Leila Pereira entrou em outro atrito contra o Flamengo pelas cotas de TV, posou de defensora de um futebol mais justo. Cascata. O que ela quer é que seu principal rival não tenha mais dinheiro e que o seu clube consiga ganhar o quanto for possível. Pensando no bem do futebol brasileiro? Não, pensando no Palmeiras. A lógica é a mesma agora. São batalhas.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






