Recordista de vitórias, títulos e pole positions, Lewis Hamilton continua focado em seguir fazendo história na Fórmula 1. Prestes a iniciar uma nova trajetória na Ferrari aos 40 anos de idade, o britânico deixou claro que chegou ao time de Maranello para voltar a ser protagonista do maior campeonato do automobilismo mundial.
Em uma longa entrevista à revista Time, o heptacampeão mundial revelou que se sente incomparável no mundo da F1 e mostrou motivado total em se tornar o primeiro octacampeão da categoria.
“Nunca me compare a ninguém. Sou o primeiro e único piloto negro que já esteve neste esporte. Sou construído de forma diferente. Já passei por muita coisa. Tive minha própria jornada. Você não pode me comparar a outro piloto de Fórmula 1 de 40 anos, passado ou presente, na história. Porque eles não são nada como eu”, afirmou ele. “Estou com fome, motivado, não tenho esposa e filhos. Estou focado em uma coisa, e isso é vencer. Essa é minha prioridade número 1”, garantiu.
As palavras de Hamilton refletem não apenas sua excepcionalidade como atleta, mas também os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira. Desde sua estreia na Fórmula 1, em 2007, o piloto se tornou um símbolo de representatividade e luta contra o racismo no automobilismo, um esporte historicamente dominado por pilotos brancos e por estruturas conservadoras.
Hamilton superou o preconceito e marcou época em mais de uma década na Mercedes, consolidando-se como uma lenda do esporte. Ele contou que o desejo pela mudança para a Ferrari nasceu de uma vontade de buscar algo novo na carreira, além da realização de um sonho pessoal.
“Eu precisava me jogar em algo desconfortável novamente. Honestamente, eu pensei que todas as minhas primeiras vezes já tinham acabado. Seu primeiro carro, seu primeiro acidente, seu primeiro encontro, primeiro dia de aula. A excitação que eu tinha com a ideia de, ‘Esta é minha primeira vez no terno vermelho, a primeira vez na Ferrari’. Eu nunca fiquei tão animado”, explicou.
O veterano também relembrou quando recebeu uma ligação com o convite para se tornar piloto da equipe italiana. “Lembro-me de desligar o telefone e, tipo, quase tremer. Eu estava tipo, ‘Oh Deus’! Era muita coisa para assimilar, e minhas emoções estavam realmente altas”, disse. “Estamos em um momento de reimaginar o futuro, reimaginar o que realmente significa sonhar. Vou para a Ferrari, cara, e esse é o maior sonho”.
A mudança de equipe aos 40 anos dividiu opiniões na categoria. Enquanto alguns se empolgaram a bombástica união entre Hamilton e Ferrari, outros consideraram um erro da escuderia apostar no veterano em reta final de carreira. O multicampeão se contrapôs às críticas e rebateu a ideia de que estaria velho para o esporte.
“O velho é um estado de espírito. É claro que seu corpo envelhece. Mas eu nunca serei um velho”, afirmou Hamilton, lembrando de outros exemplos de longevidade como Tom Brady, no futebol americano e LeBron James, no basquete.
A vontade de seguir fazendo história é tão grande que Lewis revelou que está longe de pensar em aposentadoria. “O que posso dizer é que a aposentadoria nem está no meu radar. Eu poderia estar aqui até os 50, quem sabe”, finalizou.
A nova fase da carreira de Lewis Hamilton será acompanhada de perto pelo BandSports. A partir do dia 14 de março, o canal transmite todos os preparativos para a abertura da temporada da Fórmula 1 no GP da Austrália, em Melbourne.