Hugo Calderano escreveu mais um capítulo histórico para o tênis de mesa do Brasil. Depois de conquistar o título Copa do Mundo no mês passado, desta vez o carioca ganhou a medalha de prata no Mundial de Doha, no Catar. O primeiro atleta fora da Ásia e da Europa a disputar a final do torneio realizado desde 1926 não resistiu ao chinês Wang Chuqin, número 2 do mundo, que faturou o título inédito com a vitória por 4 sets a 1, parciais de 12/10, 11/3, 4/11, 11/2 e 11/7.
O primeiro set começou muito equilibrado. Após uma disputa ponto a ponto, Chuqin chegou a abrir três de vantagem, mas Hugo se recuperou com ótimos backhands e chegou a 10 a 3. No entanto, foi a vez de Chuqin se reerguer, salvar três set-points e fechar em 12 a 10. A virada no fim pareceu ter abalado Hugo na segunda parcial. Com alguns erros, o brasileiro foi amplamente dominado pelo chinês, que fez 11 a 3 e abriu 2 a 0 na decisão.
Hugo voltou mais ligado no terceiro set e dominou o placar. Ele respirou na decisão com o triunfo por 11 a 4, mas a esperança durou pouco. Chuqin atropelou no quarto set e aproveitou o bom momento para fechar o jogo na parcial seguinte.
A prata no Mundial coroa um primeiro semestre brilhante do mesa-tenista brasileiro. Em abril, Calderano já havia entrado para a história ao conquistar o título da Copa do Mundo, algo inédito para um atleta fora dos continentes asiático e europeu. Naquela campanha, venceu na semifinal justamente Wang Chuqin e, na decisão, superou o então número 1 do mundo, o chinês Lin Shidong.
Mesmo sem o ouro, a campanha do atual número 3 do mundo reforça o protagonismo do brasileiro no cenário internacional e representa uma quebra de paradigmas no esporte, dominado historicamente pela Ásia — especialmente pela China — e pela Europa.