No final do primeiro tempo o pavor era ver a repetição do que a torcida brasileira assistiu no Mineirão na semifinal da Copa do Mundo de 2014: o histórico 7 a 1, página mais vergonhosa do futebol brasileiro.
Não aconteceu pelo placar, mas pelo jogo foi parecido. A Argentina amassou o Brasil no Monumental de Núñez em Buenos Aires: 4 a 1 com um domínio amplo durante praticamente todo o jogo.
Até o solitário gol brasileiro só saiu com uma imensa contribuição do rival, cujo zagueiro perdeu uma bola praticamente na entrada da área. A esta altura, o placar apontava 2 a 1 e imaginou-se que o Brasil tinha ganhado uma chance de voltar para o jogo. Era o momento em que alguma mudança tática poderia mudar o rumo das coisas. A mudança não veio e o Brasil foi humilhado, naquela que vem sendo apontada como a pior derrota nacional desde justamente o 7 a 1.
Os desfalques da Seleção ficam menos relevantes quando se observa a estratégia adotada para o jogo por Dorival, com apenas dois jogadores no meio-de-campo e quatro atacantes. A Argentina, sem Messi, reforçou sua meia cancha e o que se viu no primeiro tempo foi de dar pena. Jogadores brasileiros pareciam numa roda de bobinho tentando tomar a bola do adversário que não parava de trocar passes.
O 7 a 1 só não veio porque a Argentina diminuiu o ritmo no segundo tempo e administrou o jogo, não sem tempo de fazer ainda o gol derradeiro, que mostrou outra faceta da Seleção: a falta de competitividade.
A goleada sofrida muito provavelmente selou o fim da linha para Dorival Júnior na Seleção, treinador que nunca teve tamanho para tamanha empreitada, mas que foi premiado pelos seus bons trabalhos recentes em clubes do Brasil.
Por fim: como se a humilhação não fosse o suficiente, as palavras de Raphinha em entrevista para Romário antes do jogo ficam ainda mais ridículas depois do que aconteceu em Buenos Aires.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.