Toda Data Fifa reacende a discussão sobre o quanto as seleções atrapalham os clubes brasileiros. Por conta de um calendário inchado, mal feito e, por isso mesmo, remendado ao longo do ano, ocorre o que ocorrerá mais uma vez: times entrando em campo em jogos decisivos desfalcados de alguns de seus principais jogadores.
Anderson Barros, homem forte do futebol do Palmeiras, reclamou e disse que o Campeonato Brasileiro pode ser decidido “em condição de não-equilíbrio” (cartolas gostam de falar difícil).
O elementar nessa história é que clubes não poderiam entrar em campo durante as Datas Fifa, por mais que elas sejam enfadonhas, sem graça e que geram interesse em muito pouca gente. Basta olhar qualquer programa de esportes na TV, internet ou qualquer outra plataforma esta semana. Os temas são muitos outros, menos seleção, assunto normalmente relegado a um ou outro boletim, uma ou outra entrevista de algum jogador que foi convocado.
Aí entra um outro lado da história. Na terça-feira, 11, enquanto torcedores contabilizavam qual o prejuízo que seus times teriam com os desfalques da Data Fifa, Luciano Juba dava entrevista pela primeira vez como jogador da Seleção Brasileira, em Londres.
“Confesso que fiquei contando as horas para chegar aqui logo. Fui bem recebido por todo mundo, a alegria é enorme de receber o material e a ficha cair para poder falar que realmente estava na seleção. Vou pedir para todos os jogadores assinarem a primeira camisa, fazer um quadro e deixar de lembrança. Estou muito feliz”, falou o jogador do Bahia.
Formado na várzea, ele pode ter sonhado um sonho muito distante e está vendo tudo isso virar realidade neste momento. É um vencedor.
Ninguém que não seja ele pode sentir o que ele sentiu ao receber o material de treino com o escudo da seleção. Se você um dia vibrou quando recebeu o uniforme para defender o time de futebol do seu colégio, o que está vivendo Luciano Juba no momento pode ser elevado à máxima potência.
Há quem defenda que clubes não liberem jogadores para as seleções. Vendo a emoção de Luciano Juba, isso soa, no mínimo, cruel.
Apontem para o calendário e deixem os Lucianos Juba viverem esta emoção.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






