Jovens talentos do judô brasileiro brilharam na temporada 2024 e, mais uma vez, mostraram como a modalidade segue formando cada vez mais e melhores judocas para o alto rendimento. Apenas neste ano, as seleções Sub-18 e Sub-21 conquistaram 172 medalhas em competições internacionais, com destaque para os sete pódios no Mundial Cadete (Sub-18) e os três do Mundial Júnior (Sub-21).
Sem contar os resultados positivos de atletas juniores em competições da classe adulta (sênior), reflexo de uma estratégia de renovação da equipe principal implementada pela CBJ neste ciclo olímpico que, resultou, por exemplo, na classificação do novato Michel Augusto, de 19 anos, aos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
“Estamos tentando trazer uma cultura nova e diferente em que integramos as duas faixas etárias. As áreas de Alto Rendimento e Transição, apesar das atribuições um pouco diferentes, estão trabalhando em estreita colaboração para criar uma progressão clara. Digo sempre que os cadetes com medalhas nos mundiais júniores já estão no nível júnior e os juniores com medalhas seniores já estão no nível sênior e por isso temos que integrar, faz sentido”, explicou Victor Penalber, ex-atleta da seleção que assumiu a gerência das equipes Sub-18 e Sub-21 em dezembro de 2023.
“Temos uma geração jovem fenomenal. Eles são realmente maduros e muito bons para trabalhar. Acho que quando temos tanto talento não devemos estragá-lo, apenas deixar a música tocar, nosso trabalho é, sobretudo, o de proteção”, acrescentou Penalber.
Nesta temporada, diversos judocas de até 21 anos medalharam ou chegaram às disputas por medalhas em Grand Prix e Grand Slams do circuito sênior. Casos de Michel Augusto (60kg), Gabriel Falcão (81kg), Nauana Silva (63kg), Kaillany Cardoso (70kg), Beatriz Comanche (57kg) e Bianca Reis (57kg), que já estão no grupo considerado de “transição” entre a base e o adulto, surgindo como nomes promissores para o ciclo da Olimpíada de Los Angeles-2028.
Na classe mais jovem, o cenário também é animador. Entre os destaques sub-18 deste ano está a
peso ligeiro Clarice Ribeiro (48kg) que, aos 16 anos, conquistou o bicampeonato mundial cadete e ainda foi bronze no Mundial júnior. Além disso, ela foi campeã brasileira nas três classes de idade – Sub-18, Sub-21 e Sênior –, demonstrando enorme potencial para o futuro.
O investimento sistemático na formação de jovens judocas apoiado em parceria com os clubes, federações e com financiamento do Comitê Olímpico do Brasil é um dos pilares da gestão da CBJ, que vem colhendo frutos a cada ciclo olímpico.
A geração de Paris-2024 foi um retrato disso. Bia Souza, Willian Lima e Larissa Pimenta, todos medalhistas na competição individual, integraram as seleções de base e receberam investimento direto da CBJ por quase dez anos em seus processos de formação. Passaram por todas as etapas, sendo medalhistas em mundiais Sub-18 e/ou Sub-21, até alcançarem o ápice nos Jogos Olímpicos.
*Com Confederação Brasileira de Judô