Lenda das pistas e ícone das passarelas, Lewis Hamilton será um dos grandes protagonistas do Met Gala 2025. O heptacampeão mundial da Fórmula 1 foi anunciado como um dos co-anfitriões do evento e estampa a capa da edição especial da Vogue americana que antecipa a tradicional celebração de moda, marcada para o dia 5 de maio no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.
Ao lado de nomes como Pharrell Williams, LeBron James, A$AP Rocky e Colman Domingo, Hamilton integra o seleto time responsável por comandar uma das noites mais aguardadas do calendário fashion global. A edição deste ano homenageia o tema “Superfine: Tailoring Black Style” (“Moldando o estilo negro”, em tradução livre), com foco na influência da estética negra na moda e sua contribuição para a construção de identidade ao longo da história.
Na capa da Vogue, Hamilton aparece vestindo um look que traduz a essência do Black Dandy — estilo que une a alfaiataria clássica europeia a elementos da cultura africana. Em entrevista à revista, o piloto compartilhou sua emoção ao saber do tema e refletiu sobre sua trajetória pessoal e o poder transformador da moda.
“Quando descobri que o Met estava celebrando o Black Dandy, fiquei um pouco atônito, para ser honesto”, disse Hamilton. “O que mais me tocou foi ver o quanto isso remonta no tempo, e que existem tantas formas diferentes de se apresentar como homem; você não precisa ser tradicionalmente masculino.”
Moda como resistência e identidade
Hamilton, conhecido por romper barreiras dentro e fora das pistas, falou ainda sobre sua relação de longa data com a moda, marcada por momentos de resistência e afirmação. Ele relembrou como a moda sempre foi uma forma de sonhar e se expressar, influenciado por ícones da cultura negra.
“As pessoas que eu admirava eram Muhammad Ali, Michael Jordan, Eddie Murphy em Um Tira da Pesada. Mais tarde, aprendi sobre Cab Calloway, James Baldwin, Nelson Mandela e André Leon Talley”, contou. “Vi como a imagem era importante para eles, como se apresentavam através da moda.”
A lenda da F1 também contou que começou a se interessar por moda comprando roupas em brechó com o dinheiro que ganhava lavando carros. “Não tinha dinheiro para comprar roupas quando era adolescente. Minha família e eu gastávamos tudo com corridas”, comentou. “Eu lavava carros na minha rua pra ganhar uns trocados e ia até o brechó da cidade comprar as peças da Tommy Hilfiger que eu via nos clipes de música”.
Dentro da Fórmula 1, ambiente tradicionalmente conservador, Hamilton se destacou não apenas pelo talento, mas também por adotar visuais ousados e defendendo a diversidade no esporte.
“Quando assinei com a F1 pela primeira vez, só me deixavam usar ternos e os uniformes da equipe, e foi horrível. Não me sentia à vontade, nem que podia ser eu mesmo”, recordou. “Com o tempo, tive coragem de ir além dos limites e dizer: ‘Olha, eu quero chegar no autódromo vestindo o que eu quiser. Já estou aqui—vocês não podem me tirar ou mudar meu jeito de me vestir’. A resistência foi enorme, mas quando o esporte viu o impacto da minha pequena passarela, outros pilotos começaram a fazer a mesma coisa”, finalizou Lewis.