Após o sorteio dos grupos da Libertadores e da Sul-Americana, Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, foi questionado por jornalistas se o próprio imaginaria uma Libertadores sem clubes brasileiros. O mandatário da entidade máxima do futebol sul-americano respondeu aos risos com uma frase infeliz. “Isso seria como Tarzan sem Cheeta. Impossível”. Na história de Tarzan, a personagem Cheeta é um macaco.
Durante a cerimônia em Luque, no Paraguai, Domínguez fez um pronunciamento sobre as medidas que a entidade adotará no combate ao racismo, citando o recente caso envolvendo o atacante Luighi, do Palmeiras, na Libertadores Sub-20.
“O racismo é um flagelo que não nasce no futebol, senão nas sociedades, mas afeta o futebol, e a Conmebol é sensível a essa realidade. Como não ser sensível à dor de Lughi? Nosso desafio é sermos justos com aqueles que não são responsáveis por esses fatos. A Conmebol aplica sanções e faz tudo o que está ao seu alcance para mudar essa realidade, mas não é suficiente”, disse o dirigente.
“Neste dia tão importante para o futebol sul-americano, gostaria de anunciar que decidimos convocar as autoridades governamentais de nossos países e os representantes de nossas Associações Membro. Nosso objetivo é estabelecer uma estrutura de ação conjunta que nos permita responder de forma simultânea e coordenada a qualquer expressão discriminatória no campo de jogo, aplicando tanto nossos regulamentos quanto o código penal correspondente de cada país”, continuou. “Hoje damos um passo adiante: unimos o futebol e a justiça na mesma luta. Queremos que toda expressão racista tenha uma consequência real, queremos que aqueles que violam a essência do nosso esporte enfrentem as sanções apropriadas, dentro e fora do campo”.
No último dia 10 de março, antes de iniciar a partida entre Palmeiras e São Paulo, a presidente do Verdão, Leila Pereira, sugeriu que os clubes brasileiros se filiassem à Concocaf, “já que não há respeito pelo órgão que controla a América do Sul”.
O Palmeiras segue buscando alternativas viáveis para que a Conmebol e seu presidente também sejam responsabilizados pelos casos de racismo e xenofobia envolvendo a torcida do Cerro Porteño contra os jogadores Luighi e Figueiredo, durante a Libertadores Sub-20.
O Cerro Porteño foi multado pela Conmebol em US$ 50 mil (cerca de R$ 290 mil) e jogará partidas da Libertadores sub-20 com portões fechados, como punição pelo caso de racismo. Além disso, o Cerro também deverá publicar, em suas redes sociais, uma campanha de conscientização e de combate ao racismo. O Palmeiras repudiou essas medidas.
*Com Rádio Bandeirantes