Matheus Lima está classificado para a final dos 400 metros do Mundial Indoor de Atletismo de Nanjing, na China. O velocista de 21 anos passou pela semifinal, nesta sexta-feira, 21, com o quarto melhor resultado (46s22) entre os seis classificados para a decisão, que será no sábado, 22, às 9h55 (horário de Brasília).
O brasileiro superou o cansaço de fazer dois tiros de 400 metros no mesmo dia para chegar à final de seu primeiro Mundial adulto. Na eliminatória, realizada pela manhã na China, madrugada no Brasil, Matheus bateu os recordes brasileiro e sul-americano da prova ao vencer sua série com o tempo de 45s79, o segundo melhor dentre os 26 participantes.
Superou, assim, o recorde brasileiro estabelecido por seu técnico, Sanderlei Parrela, há 28 anos – 46s33, de 1997 –, e o recorde continental do colombiano Jhon Alejandro Perlaza (46s07), de 2019.
Matheus tem ganhado espaço no cenário internacional desde 2023, quando foi campeão sul-americano e vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago nos 400 metros com barreiras. Em 2024, fez os 400 metros em 44s52, terceiro melhor tempo da história na América do Sul e segundo do Brasil, atrás apenas dos 44s29 de Sanderlei, que lhe valeu a medalha de prata no Mundial de Sevilha-1999. Na mesma temporada, disputou os Jogos Olímpicos de Paris, e foi semifinalista dos 400 metros com barreiras. Matheus já está qualificado para o Mundial do Japão, de 13 a 21 de setembro, em Tóquio, na prova de barreiras.
Almir é desclassificado no salto triplo
A nota triste para a equipe brasileira foi a desclassificação de Almir Júnior da final do salto triplo, na qual havia conquistado a medalha de bronze. O motivo foi o uso de sapatilha que não estava na lista das aprovadas pela World Athletics.
O recurso contra o brasileiro foi apresentado pelo quarto e quinto colocados na final. Assim que notificada, a delegação brasileira apresentou uma apelação, que não foi aceita. Almir, então, deixou o pódio. Hugues Fabrice Zango, de Burkina Faso, ficou com a medalha de bronze (17m15), e o jamaicano Jordan Scott assumiu a 4ª colocação (17m10).
As sapatilhas fazem parte de indumentária de uso livre dos atletas, autorizados a utilizar material de patrocinador próprio – o que é o caso de Almir Júnior. O atleta alegou que não tinha a informação de seu patrocinador de que a sapatilha usada na final não era permitida, e de que o material havia sido checado pela organização do Mundial na câmara de chamada, ou seja, antes da entrada na pista para final.
Tanto os delegados da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) que acompanham a equipe na China divulgaram a lista de sapatilhas aprovadas para os brasileiros, assim como a World Athletics divulgou a listagem de calçados permitidos antes da realização do Mundial.
*Com Confederação Brasileira de Atletismo