O GP do Japão escancarou mais uma vez a dificuldade da Ferrari em competir contra as melhores da Fórmula 1. Mesmo com Charles Leclerc cruzando a linha de chegada em quarto lugar, o monegasco terminou a corrida 14 segundos atrás de Oscar Piastri, terceiro colocado. Já Hamilton, depois de arriscar uma estratégia com pneus duros no primeiro stint, ficou apenas em sétimo. A vitória ficou com Max Verstappen, da Red Bull, que superou McLaren e Ferrari com autoridade mesmo sem ter o melhor carro em Suzuka.
Apesar de ter sido a corrida com maior pontuação do time de Maranello até aqui — 18 pontos, totalizando 35 no campeonato —, a distância para a McLaren já chega a preocupantes 76 pontos.
A reação da sempre exigente imprensa italiana foi imediata e impiedosa após o desempenho discreto no Japão. A Sky Sports Itália atribuiu nota 7 a Leclerc, acompanhada de um comentário afiado: “Ele é o símbolo da mediocridade da Ferrari. Começa em quarto e termina em quarto. Nada para reprovar, mas também não tem motivos para se alegrar.” Já o Corriere dello Sport abriu sua análise com o título: “Café da manhã com Ferrari enche de melancolia”, refletindo o desânimo generalizado.
Mais contido, o La Gazzetta dello Sport avaliou que a Ferrari “ficou atrás de uma disputa com a qual nunca se envolveu”, enquanto o Corriere della Sera, embora menos ácido, acendeu o alerta ao afirmar que “a Ferrari mostrou o melhor de 2025, o que é alarmante”.
Em contrapartida ao tom pessimista em Maranello, o jovem Andrea Kimi Antonelli virou protagonista dos elogios aos olhos da mídia italiana. Correndo pela Mercedes, o italiano liderou uma prova pela primeira vez na F1, tornou-se o mais jovem piloto da história a fazê-lo — superando o recorde de Verstappen — e ainda garantiu pontos nas três primeiras corridas do ano, feito que não era repetido desde Hamilton em 2007.
A performance em Suzuka rendeu nota 10 da Sky Sports Itália, que o apelidou de “Harry Potter italiano” e declarou: “Kimi foi simplesmente perfeito.” O Corriere dello Sport foi direto ao chamá-lo de “fenômeno”, enquanto o Corriere della Sera classificou sua atuação como “formidável”, elogiando sua volta mais rápida no final e uma “maturidade impressionante”.