O Corinthians teve uma escalada estratosférica na sua dívida nos últimos anos, chegando à casa dos R$ 2 bilhões. Agora fora da cadeira presidencial, Augusto Melo colaborou para este montante nos poucos meses em que ficou no cargo. Maior símbolo da gastança descontrolada foi a contratação de Memphis Depay. Todos os valores e regalias a que ele tem direito foram divulgados nos últimos tempos e a cada dia se descobre um penduricalho novo.
Abertamente, Augusto Melo dizia que a situação financeira era dramática e que estava escolhendo os boletos para pagar. Em outras palavras, o clube dava calote em quase todo mundo, exceto nos jogadores, que recebiam seus salários e direitos de imagem rigorosamente em dia. O método resultou em um apoio explícito dos jogadores ao dirigente, que já ardia na frigideira meses atrás e dentro de campo todos se dedicaram, chegando ao título estadual muito comemorado.
Pois aconteceu o óbvio. A conta não fechou e o Corinthians, com fluxo de caixa estrangulado, atrasou o salário dos jogadores recentemente. Agora, luta para achar dinheiro em algum lugar para não piorar a situação. Simbolicamente, Memphis Depay trouxe à tona a situação ao reclamar publicamente de dívidas que o clube tem com ele. E mais um penduricalho apareceu: há uma dívida também com a empresa que faz a segurança particular do astro holandês.
Nesta quarta-feira, Memphis não apareceu para treinar sem dar explicações. É aguardado hoje no CT.
O jogador já virou símbolo de um período irresponsável da administração corintiana. Salário irreal para os padrões brasileiros, mais ainda para um clube endividado até a medula e que corre risco de insolvência, por mais que arrecade muito.
Uma rescisão contratual com o jogador poderia também ser simbólica de que novos tempos estão chegando. Uma amostra de que o clube quer pisar no freio e mudar sua rota. Será que fará?
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






