Há uma semana escrevi neste mesmo espaço que o tema gramado sintético não estava nos holofotes no futebol brasileiro. Foi logo após uma entrevista do presidente do Santos, Marcelo Teixeira, ao programa G4, do BandSports, em que ele falava que seu time não fechou contrato para mandar jogos no Allianz Parque por causa de Neymar, que acaba de voltar de contusão e foi orientado a não arriscar.
Pois agora o tema está nos holofotes. A recusa de Neymar foi o pontapé inicial somada à recusa de Lucas e Oscar de atuarem no Allianz no Choque-Rei do último fim de semana. Ontem, jogadores importantes do País fizeram post em suas redes sociais se posicionando claramente contra o piso instalado em alguns palcos importantes do futebol brasileiro.
A primeira resposta foi do Palmeiras, e foi dura. Disse que o protesto tem “argumentações rasas” sobre riscos de contusão, embora no comunicado dos jogadores não haja uma única menção a lesões, mas à qualidade do jogo, ruim, no gramado sintético.
Na resposta, o Palmeiras retoma o argumento que sempre amparou sua opção pelo piso: gramado sintético bom é melhor do que gramado natural ruim.
Não me parece que a questão seja essa: um eventual gramado natural ruim então é um caminho aberto para um gramado rejeitado pelos jogadores, que afinal, são os sujeitos que utilizam o piso?
O que no começo foi taxado como “frescura de perdedor” virou um movimento que pode ter força. Para isso serão necessárias algumas coisas:
1) que os jogadores não recuem ou que se contentem com o recado passado.
2) que dirigentes de clubes cujos jogadores protestaram apoiem seus atletas.
3) o mais importante: que a CBF entenda que isso é um problema dela.
Ela organiza o futebol brasileiro e deveria, sim, exigir gramados de
verdade para se jogar futebol.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.