A pernambucana Carol Santiago e o mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, foram eleitos os melhores atletas paralímpicos de 2024, ano no qual o Brasil realizou sua melhor campanha da história na Paralimpíada de Paris. O anúncio foi feito durante a 13ª edição do Prêmio Paralímpicos, realizada no Tokio Marine Hall, na noite desta quinta-feira, 12, em São Paulo.
Nadadora da classe S12 (baixa visão), Carol, de 39 anos, tornou-se a maior campeã paralímpica da história do Brasil durante os Jogos de Paris-2024, quando conquistou três medalhas de ouro (nos 50m livre, 100m livre e 100m costas) e duas de prata (100m peito e revezamento 4x100m livre 49 pontos). Com o resultado, ela chegou a um total de dez pódios paralímpicos, com seis medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze.
“Foi um ano maravilhoso. Saio muito satisfeita. Foi uma preparação de três anos para os Jogos que me permitiram estar muito pronta para viver esses grandes resultados. Os atletas paralímpicos brasileiros fizeram história e fico muito honrada de fazer parte disso”, afirmou Carol, que nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Ela praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico.
Esta foi a terceira vez que a pernambucana foi homenageada como a melhor atleta feminina do ano. Ela também recebeu a honraria em 2021 e 2022. Carol ainda foi agraciada com o prêmio de destaque da natação em 2024. Com isso, ela e a mesatenista Bruna Alexandre são as mulheres que mais faturaram troféus no Prêmio Paralímpicos, com oito para cada uma.
Gabrielzinho, de 22 anos, nadador da classe S2 (comprometimento físico-motor), voltou dos Jogos Paralímpicos de Paris com três medalhas de ouro (100m costas, 200m livre e 50m costas). O atleta, que também foi premiado como atleta masculino do ano em 2023 e revelação em 2021, tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.
“Ter um reconhecimento destes para um atleta é maravilhoso. O ano de 2024 foi sensacional. Desde o primeiro dia do ano, sabia que seria diferente, mas não esperava algo que ficasse marcado desta forma. Claro que trabalhei muito pelos resultados e sabia o que eu era capaz de conquistar. Mas tudo o que aconteceu e a forma como aconteceu, em especial em Paris, transformou a minha vida e me levou a lugares que eu não imaginava. Agora é descansar com a família e voltar no ano que vem com força máxima, afirmou Gabrielzinho.
Além dos troféus entregues aos destaques masculino e feminino do ano, o CPB premiou 24 atletas que se destacaram em suas respectivas modalidades em 2024 e outras nove homenagens.
Único prêmio decidido por meio de votação popular, o Atleta da Galera foi entregue à paulista Giovanna Boscolo, medalhista de bronze no lançamento de club da classe F32 (lesões encefálicas) nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
“Muito gratificante estar aqui. No ano passado, eu era funcionária do departamento de Ciência do Esporte do CPB. Mas pensava que, em 2024, eu poderia ser eleita a Atleta da Galera, mesmo sabendo que precisaria fazer muitas coisas para chegar ao troféu. Muito obrigado a todos que votaram em mim. E parabéns a todos do CPB pela campanha em Paris. Fico muito feliz de ter feito parte disso”, comentou a atleta.
Outros premiados da noite foram Fábio Vasconcelos, ganhador do prêmio Melhor Treinador de Modalidades Coletivas, após estar à frente da Seleção Brasileira de futebol de cegos na campanha do bronze em Paris, e Amaury Veríssimo, ganhador do troféu Melhor Treinador de Modalidades Individuais, ano no qual atletas treinados por ele conquistaram sete pódios em Paris, sendo dois ouros, duas pratas e três bronzes.
*Com Comitê Paralímpico Brasileiro