O futebol brasileiro vem dominando a Libertadores nos últimos anos. Uma diferença financeira brutal entre os clubes daqui ao se comparar com os vizinhos sul-americanos foi a grande responsável por este desequilíbrio. Não é exagero dizer que o principal torneio sul-americano se transformou num campeonato nacional com poucos coadjuvantes estrangeiros.
Mas este domínio recente trouxe algo bem danoso ao futebol nacional: a soberba natural do brasileiro quando o assunto é futebol. Desta forma, qualquer derrota de um time brasileiro para um rival do exterior ficou inadmissível, qualquer coisa que não seja uma vitória incontestável não é suficiente.
O torneio está apenas na primeira fase, mas aparentemente a farra brasileira não será tão tranquila como a dos últimos anos. O poderoso Flamengo já perdeu em casa para o pequeno Central Córdoba e nesta terça-feira saiu comemorando um empate contra a LDU com o time fechadinho nos minutos finais. Uma derrota deixaria o Rubro-Negro em situação bastante complicada.
O São Paulo empatou em casa com o Alianza Lima, o que gerou críticas ferozes ao trabalho de Luis Zubeldía. A situação do Tricolor no grupo não está nada tranquila.
No Beira-Rio, o Internacional teve de suar sangue para empatar um jogo que estava perdido para o Nacional do Uruguai em casa e vê a classificação ameaçada. Outro dia, o Fortaleza foi humilhado em casa pelo Racing e o Botafogo, atual campeão, também vai precisar ralar para não ficar pelo caminho.
Mas as análises seguem sendo sobre vexames inadmissíveis, desprezando a presença de um time de futebol como adversário do outro lado. Como se qualquer derrota fosse apenas resultado da nossa própria incompetência apenas.
Os anos gloriosos recentes dos brasileiros fizeram com que um dos principais ensinamentos desta competição fosse desprezado: o respeito à Libertadores.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.