O mistério em torno do futuro de Adrian Newey foi um dos principais assuntos da Fórmula 1 em 2024. Após anunciar a surpreendente saída da Red Bull, no dia 1º de maio, o projetista de maior sucesso da categoria virou alvo de diversas equipes e finalmente definiu seu novo passo na carreira em setembro ao assinar contrato com a Aston Martin.
Aos 66 anos, o britânico refletiu sobre o fim do ciclo na equipe de Milton Keynes depois de quase 20 anos e explicou os motivos que o fizeram deixar o time austríaco, além de admitir que chegou a cogitar a aposentadoria do automobilismo.
“Se tivesse me perguntado há 12 meses se eu deixaria a Red Bull, teria dito: ‘Não, você está louco’. Mas, por várias razões, senti que não seria fiel a mim mesmo se permanecesse lá. Então, a primeira decisão difícil foi exatamente essa: ficar ou não na Red Bull”, afirmou em entrevista ao Auto Motor und Sport.
“Então, obviamente, cheguei à conclusão de que, sendo honesto comigo mesmo, não poderia ficar. E aí, depois de tomar essa decisão, a pergunta era: o que fazer a seguir? E com minha esposa, Mandy, discutimos várias opções. Uma delas foi, obviamente, que estou na posição privilegiada de não precisar trabalhar por dinheiro”, continuou.
O designer mais vitorioso da história da F1 decidiu prolongar a carreira não somente pelo amor ao automobilismo, mas também pelo risco de se sentir entediado longe do trabalho que o consagrou.
“Então, poderia simplesmente me aposentar e ficar na praia ou poderia fazer algo completamente diferente, como a America’s Cup, talvez trabalhar para um dos fabricantes de carros de rua, ou continuar no automobilismo. E se fosse continuar no automobilismo, então seria melhor ficar na Fórmula 1, assumindo que as pessoas quisessem me ter”, explicou.
“Sinto-me incrivelmente sortudo por ter tido a oportunidade de estar em uma posição em que realmente gosto da minha rotina, que, afinal, envolve de oito a dez horas, se não mais, trabalhando. Aproveitar isso é muita sorte. Então, isso foi uma forma longa de dizer que realmente cheguei à conclusão de que, na verdade, queria continuar trabalhando, que eu ficaria entediado fazendo nada. E, então, se fosse trabalhar, por que não continuar fazendo o que sempre quis e gostei de fazer?”, finalizou Newey.