Quem imaginou que o espírito olímpico contaminaria o torcedor brasileiro nesses dias errou redondamente. O que tem acontecido durante os Jogos de Paris é que a desconfiança diária do brasileiro com a honestidade foi importada do dia-a-dia para invadir os jogos de Paris.
A grande maioria das pessoas (e também dos jornalistas esportivos) sabe quase nada dos detalhes das regras dos esportes que são disputados nos Jogos. Mas todo mundo tem uma certeza: quando o Brasil perde, boa parte da culpa é do juiz.
O brasileiro tomou um ippon no judô? Culpa do safado que arbitrou a luta. O Medina tirou 9,9 em vez de dez? Estão roubando para o japonês seu rival.
A praga de ver tudo sob o viés do apito definitivamente invadiu os Jogos Olímpicos. Na cobertura, questões técnicas se misturam naturalmente com a torcida descarada para os brasileiros e uma hora sempre acaba sobrando para o juiz.
No futebol esta é uma batalha perdida há tempos. Atualmente, é impossível debater uma partida de futebol sem tocar o nome do árbitro. O mesmo vai acontecendo com outros esportes em Paris.
A verdade é que vivemos em um país altamente corrupto em todas as esferas e normalizamos o fato de que a trapaça está em todo lugar. Por que não estaria também no esporte? Pensar assim também é uma forma de aliviar o peso das nossas derrotas.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.