Dos últimos cinco jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, o Brasil perdeu quatro. Justo dizer que apenas na derrota para o Paraguai nesta terça-feira o time esteve sob o comando de Dorival Júnior, mas o retrospecto é assombroso.
No Defensores del Chaco, o Brasil foi muito mal. Pouco agressivo, se rendeu à boa marcação paraguaia e depois de tomar um gol tentou reagir na base da vontade, mas é possível contar nos dedos quantas jogadas trabalhadas conseguiu criar para buscar o empate. Na grande maioria das vezes limitou-se à individualidade dos jogadores, o que deixou aparente outro problema: por que os jogadores rendem tão pouco quando vestem a camisa da seleção?
Vinicius Júnior é o caso mais escancarado. No Real Madrid é decisivo, agudo, infernal. Na seleção, burocrático, se rende à marcação com facilidade e nem de longe lidera o time. Ele é só um exemplo, mas do goleiro ao ponta esquerda é nítida a diferença.
A observação fica mais espantosa quando se olha o adversário desta terça, que tinha cinco jogadores entre os titulares que jogam não na Premier League, mas no Campeonato Brasileiro: Gatito, Junior Alonso, Villasanti, Bobadilla e Isidro Pitta. Todos foram bem.
O que leva a uma pergunta: o principal problema da Seleção Brasileira é individual ou coletivo?
A modorrenta Data-Fifa acabou nesta terça-feira e o Brasil sai dela moralmente pior do que entrou: foram dois jogos com uma vitória opaca e uma derrota justa. Em quinto lugar na classificação, o time de Dorival ainda está longe de qualquer risco de não estar na próxima Copa do Mundo, afinal são seis vagas diretas e uma na repescagem. Mas este nível de jogo será o suficiente para que o trabalho siga bancado pela CBF?
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.