A temporada 2025 da Fórmula 1 entra em sua reta final com um enredo digno de roteiro cinematográfico. Após uma vitória dominante no México, Lando Norris reassumiu a liderança do campeonato, superando o companheiro de McLaren Oscar Piastri por apenas um ponto, restando quatro etapas para o fim do campeonato.
Embora o triunfo no Autódromo Hermanos Rodríguez tenha evidenciado a excelente atuação de Norris, é o GP da Itália, realizado semanas antes, que voltou a agitar os bastidores da categoria. Naquela corrida, Piastri recebeu ordem para ceder o segundo lugar ao colega de equipe, corrigindo um erro de pit stop que havia prejudicado o britânico. A troca, aparentemente estratégica à época, agora se mostra crucial, já que os três pontos a mais com a segunda colocação em relação à terceira podem ser determinantes no desfecho do Mundial de Pilotos.
A McLaren tenta administrar com cautela a rivalidade entre seus pilotos, visando equilibrar o ambiente sem abrir mão da eficiência coletiva. Mas com a diferença tão apertada na tabela (357 a 356), a discussão sobre ordens de equipe voltou à tona, especialmente porque Norris agora depende apenas de si para levar o título inédito nas últimas provas.
Enquanto isso, Max Verstappen segue correndo por fora. Terceiro colocado na última corrida, o holandês deixou o México 36 pontos atrás de Norris e 35 de Piastri. Apesar do prejuízo com o triunfo de Norris, o cenário geral pouco se alterou. Com 116 pontos ainda disponíveis nas quatro etapas restantes – 100 das corridas principais e 16 das sprints (considerando-se apenas as vitórias em ambos os casos) -, o tetracampeão da Red Bull precisa tirar uma média de nove pontos por fim de semana para alcançar o britânico. Antes do GP do México, a conta era de oito em média por fim de semana.
A tarefa, porém, está longe de ser simples. Mesmo que Verstappen vença todas as provas até o fim da temporada, Norris garantirá o título por seis pontos se terminar sempre em segundo lugar, somando 443 contra 437 do holandês. Ironicamente, o britânico pode até chegar em terceiro em uma das corridas que ainda levaria a melhor por 440 a 437, justamente a diferença de três pontos que Norris recuperou na Itália quando a McLaren ordenou a troca de posições entre seus pilotos.
Além da ordem de equipe
Três pontos parecem pouco, mas seriam eles o detalhe que mudaria tudo? Durante a temporada, tanto Norris quanto Piastri viveram altos e baixos e deixaram escapar resultados melhores ao longo do ano. Confira abaixo algumas oportunidades perdidas, considerando as provas nas quais os pilotos terminaram atrás da colocação que haviam alcançado na classificação.
GP da Austrália
Piastri largou em segundo e chegou em nono – “perdeu” 16 pontos
GP da China – Sprint
Norris largou em sexto e chegou em oitavo – “perdeu” dois pontos
GP da Emília-Romagna
Piastri largou em primeiro e chegou em terceiro – “perdeu” dez pontos
GP do Canadá
Norris largou em sétimo e abandonou – “perdeu” seis pontos
GP da Bélgica – Sprint
Piastri largou em primeiro e chegou em segundo – “perdeu” um ponto
GP da Bélgica
Norris largou em primeiro e chegou em segundo – “perdeu” sete pontos
GP da Holanda
Norris largou em segundo e abandonou – “perdeu” 18 pontos
GP do Azerbaijão
Piastri largou em nono e abandonou – “perdeu” dois pontos
GP de Singapura
Piastri largou em terceiro e chegou em quarto – “perdeu” três pontos
GP dos Estados Unidos – Sprint
Norris largou em segundo e abandonou – “perdeu” sete pontos
Piastri largou em terceiro e abandonou – “perdeu” seis pontos






