Primeiro brasileiro a se classificar aos Jogos Olímpicos na ginástica de trampolim masculina, Rayan Dutra vai começar o novo ciclo olímpico “zerado”.
Principal nome do País na modalidade entre os homens, ele passou por uma cirurgia no final de 2024 para iniciar 2025 em plena forma.
“Eu fiz uma artroscopia no meu tornozelo esquerdo. Eu já estava com essa lesão desde o fim de 2023, logo depois dos Jogos Pan-Americanos. A gente já estava programando de fazer a cirurgia logo depois dos Jogos Olímpicos, não tinha como fazer no meio do ciclo, porque demora muito tempo para recuperar. E aí eu tive que ir para os Jogos machucado, com um remédio, e foi muito complicado para conseguir competir bem”, contou Rayan, que conseguiu uma das concorridas 16 vagas para a ginástica de trampolim masculina na Olimpíada de Paris-2024.
“Independentemente dessa lesão, foi de longe o melhor ano da minha carreira. Essa cirurgia não resolve 100% dos problemas, mas é um passinho a mais de uma recuperação que provavelmente vai durar toda minha vida de atleta”, escreveu ele, nas redes sociais.
Rayan passou pela cirurgia em novembro e o prazo de recuperação é de dois meses. O objetivo é tirar a bota no fim de janeiro e voltar aos treinos para, em abril, já estar pronto para competir de novo.
“Dá super tempo de voltar, já está tudo meio que planejado para eu voltar no Pan-Americano. A gente ainda não sabe se vai para as outras Copas do Mundo, mas o objetivo é competir tudo o que der, o máximo que for possível”, contou.
Enquanto não consegue treinar, Rayan se dedica a analisar o novo código de pontuação da ginástica de trampolim, alterado como acontece a cada início de ciclo.
“As primeiras competições vão ser meio complicadas de entender, ainda para a gente ver como o código vai se aplicar nesse ano.”
Segundo ele, o novo código abre espaço para séries com elementos diferentes dos que vinham sendo apresentados no ciclo passado.
“Alguns elementos mais fáceis vão ficar com um grau de dificuldade maior. Eles alegam que [o código antigo] está mantendo muitas séries iguais e aí estava ficando um pouco tedioso. Então, em alguns elementos fáceis eles aumentaram o grau de dificuldade, para entrarem nas séries. Eu tenho muitos elementos que eu não coloco na série porque não têm dificuldade e eles vão valer mais, então é bom. Além disso, eu tenho muita facilidade de aprender novos elementos, então quanto mais pirueta melhor, mais triplos, mais coisas, melhor. Acho que vai ser bom para mim”, avaliou o ginasta.
*Com Comitê Olímpico do Brasil