Pegue os cinco minutos finais de um jogo em que determinado time está perdendo. E neste intervalo de tempo escolha uma figura para se destacar de maneira quase impossível: ele marca dois gols de pênalti, vira o placar e o time vencedor vai para a final de um campeonato. Se esta narrativa não está suficientemente impressionante, faça com que as duas cobranças de pênalti sejam convertidas com cavadinhas de fazer o coração do torcedor quase saltar pela boca.
Tudo isso acima aconteceu pelos pés de Ryan Francisco, o promissor atacante do São Paulo. O Tricolor venceu o Criciúma e está na final da Copa São Paulo.
O roteiro por si só já é espetacular, mas ele ainda tem desdobramentos que atravessam os limites do bom time sub-20 do São Paulo que chega merecidamente à decisão.
A atuação de Ryan e de boa parte dos meninos, para ser justo, impacta na Barra Funda, onde o time titular treina. Porque uma coisa neste momento está clara: os meninos encantam mais jogando bola do que o time principal.
Sempre é bom ressaltar que a pressa é o maior inimigo das categorias de base. A prova disso está no fato de que um dia antes desta vitória épica alguns jogadores estavam em campo no empate com futebol sofrível do time principal contra o Botafogo de Ribeirão Preto.
Mas fato é que indiscutivelmente Ryan Francisco será lembrado pelo torcedor toda vez que o time principal tiver dificuldade de fazer gols. O lateral Maik será lembrado quando Igor Vinicius não for bem, Ferreira será lembrado quando Ferreirinha falhar e por aí vai.
O São Paulo ainda não foi campeão. Enfrentará na decisão da Copinha Corinthians ou Grêmio. Mas a ótima campanha já provoca sonhos nos torcedores. Um detalhe: Ryan Francisco, suspenso, não jogará. Péssimo para o São Paulo e para ele. Mas a última impressão deixada foi a do sangue frio das duas cavadinhas, o que significa que a ilusão de que ele possa brilhar no time principal segue intacta.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.