Pior do que a atuação do São Paulo em Medellín será considerar o resultado suficiente para avançar na Libertadores. O 0 a 0 no jogo de ida foi bom apenas diante das circunstâncias, mas nada além disso.
São-paulinos comemoraram o empate como se fosse uma vitória. É compreensível, porque o Nacional de Medellín conseguiu a proeza de desperdiçar dois pênaltis e ainda chutar duas bolas na trave.
O que se viu em campo ficou mais perto de um 4 a 0 que poderia acontecer se o craque do time colombiano, Cardona, tivesse convertido os dois pênaltis que perdeu e se as duas bolas que bateram na parte de dentro da trave tivessem entrado.
O Atlético Nacional é forte fisicamente, rápido e, assim, foi muito superior ao time de Crespo, que falhou no seu sistema de marcação individual. Muitas vezes os colombianos levaram vantagens nesses duelos desmontando o sistema tricolor.
Além disso, a estratégia do time, jogando com três atacantes, deixou o sistema defensivo são-paulino sem nenhum zagueiro na sobra, dificultando a saída de bola e espremendo o time no seu campo. A péssima partida de André Silva tem a ver com a impossibilidade de trabalhar as jogadas. A bola pouco chegou até ele e quando chegou ele não conseguiu segurar por muito tempo.
Mas, concretamente, o São Paulo voltou de Medellín com um empate contra um time que daria trabalho contra qualquer outro desta Libertadores, inclusive os mais fortes brasileiros. Basta lembrar que este foi o primeiro empate do Atlético em casa nesta edição. Ele venceu todas as três partidas na fase de classificação.
No Morumbi, o fator casa inclina a balança para o lado são-paulino, mas só isso não será suficiente. O São Paulo vai precisar anular as armas colombianas, começando por ter a posse de bola. Vai precisar ser mais perigoso ofensivamente, além de deixar seus zagueiros menos pressionados. Tem muito trabalho pela frente. O confronto não acabou.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.





