O anúncio oficial de que as baterias do surfe dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 estariam suspensas no sábado, 3, e neste domingo, 4, alterou o planejamento dos dois atletas brasileiros classificados para as semifinais da competição. Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb tiveram mais tempo para se preparar para a fase decisiva do evento, que acontece nesta segunda-feira, 5, último dia oficial da janela de competições. Segundo a organização, Medina cai na água às 14h36 e Tati, às 15h48.
Adiamentos por más condições das ondas já fazem parte da rotina dos aletas de surfe ao longo da temporada. Por isso, tanto Gabriel quanto Tati já estão habituados com a situação e possuem bastante experiência para lidar da melhor maneira e se preparar para enfrentar esses momentos de espera.
“Realmente não é fácil esperar, especialmente sendo a semifinal, mas faz parte do nosso esporte. Já estamos acostumadas com isso e agora é só se preparar mentalmente e fisicamente para segunda-feira”, falou a brasileira.
“Não há muito o que fazer, a não ser se adaptar da melhor forma e ir com tudo. Sinto um pouco de ansiedade, mas sei que isso não está no meu controle e que só posso controlar o que faço durante a bateria. Estou superconfiante com o meu surfe, especialmente nessa onda, então, se Deus quiser, vai dar tudo certo. Já estou bem orgulhosa de mim mesma, mas tem mais pela frente”, emendou Tati que enfrentará a costarriquenha Brisa Hennessy por uma vaga na final olímpica.
O dia sem competições não foi motivo para os brasileiros ficarem sem surfar. Nos períodos da manhã e da tarde. Gabriel e Tati treinaram no mar para manter o contato com a água. Também realizaram treinamentos físicos e exercícios de alongamento. Para passar o tempo livre e diminuir a ansiedade, os atletas procuraram se distrair com duelos de pingue-pongue, leitura e até gravação de conteúdo para as redes sociais. Para Tati, também foi possível se conectar com a cultura local. Ela participou de uma oficina em que pôde fazer uma coroa de flores típicas da região e uma pintura em homenagem a Terahupoo.
Apesar do fuso horário de 12 horas atrás de Paris, a torcida pelos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos também fez parte da programação dos surfistas. As medalhas da ginástica artística, do judô e a vitória do Brasil contra a França no futebol feminino renderam muitas comemorações.
“Estou aproveitando intensamente cada momento destes Jogos Olímpicos aqui em Teahupoo. Eu amo esse lugar e toda essa energia me faz muito bem. Estamos com uma estrutura incrível aqui e num clima muito bom entre todos. Temos que saber lidar com esses momentos sem onda, que fazem parte da rotina do surfe. Eu procuro não pensar muito e viver o momento presente. Agora é a reta final. Faltam duas baterias e vai dar tudo certo”, comentou Gabriel, que enfrentará o australiano Jack Robinson na semifinal.
*Com Comitê Olímpico do Brasil