Torcedor fervoroso do San Lorenzo, da Argentina, o papa Francisco morreu nesta segunda-feira, 21, na Itália. O pontífice havia feito sua última aparição pública um dia antes, no Domingo de Páscoa, quando abençoou milhares de pessoas que se reuniam na Praça São Pedro, no Vaticano.
“Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja”, escreveu o Vaticano em nota oficial.
Nascido em Buenos Aires e batizado com o nome de Jorge Mario Bergoglio, o papa era sócio do San Lorenzo e nunca escondeu sua paixão por futebol e pelo clube argentino. Em 1998, o técnico Alfio Basile chegou a expulsá-lo do vestiário do time pois acreditava que sua presença poderia trazer azar à equipe. Francisco tinha o hábito de benzer os jogadores antes das partidas.

Eleito papa em 2013, Francisco recebeu Lionel Messi e Gianluigi Buffon, capitães de Argentina e Itália, no Vaticano naquele mesmo ano. As duas seleções jogaram um amistoso em homenagem ao primeiro pontífice latino-americano da história.
Na ocasião, o papa não perdeu a oportunidade de dar um conselho para os astros do futebol e seus colegas, que os acompanhavam. “Vocês, queridos jogadores, são muito populares, os torcedores os seguem muito, não só quando estão no campo de jogo, mas também fora dele. É uma responsabilidade social”, falou Francisco.
Assim como Messi e Buffon, o papa também se encontrou com Ronaldinho Gaúcho, Modric e a seleção da Croácia, o levantador Bruninho e os jogadores da NBA Anthony Tolliver, Kyle Korver e Sterling Brown, que foram falar sobre o tema justiça social com o pontífice, entre outros.
Ainda em 2013, o San Lorenzo voltou a conquistar um título nacional após um jejum de seis anos, e foi campeão da Libertadores pela primeira vez no ano seguinte, o que levou alguns torcedores a acreditar que os triunfos eram possíveis milagres do papa e torcedor mais ilustre.
O papa Francisco também teve seu caminho cruzado pelo automobilismo. Em 2019, ele recebeu um busto em bronze e um capacete de Ayrton Senna das mãos de Bianca, sobrinha do piloto, como parte da homenagem aos 25 anos da morte do tricampeão de Fórmula 1.
O pontífice chegou a benzer um carro de Fórmula E, em 2018, e também recebeu o piloto italiano Antonio Giovinazzi, que correu na F1 e atualmente disputa o WEC.
O papa Francisco se recuperava de um quadro respiratório grave, que o levou a ficar internado por 37 dias, entre fevereiro e março deste ano, e que fragilizou ainda mais a sua saúde.