Muita gente ainda desdenha da cena que se repetiu na noite desta quarta-feira no Maracanã: o Flamengo levantando mais uma taça, jogadores comemorando, torcida em festa, papel picado jogado para o alto, hino tocado e cantado a plenos pulmões.
“Ganhou menos do que deveria”, “os adversários bobearam”, “ano que vem será mais difícil”, “sem Arrascaeta vira um time comum”… O número de absurdos é infinito, então esta é apenas uma amostra.
Para quem acredita em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, uma verdade dura: essas figuras não existem e o Flamengo seguirá dominando o futebol brasileiro e da América. Não há nada, nenhum argumento razoável hoje, zero, que indique algo diferente disso.
Se você ainda não decorou a letra do hino rubro-negro, nem precisa se preocupar. Ela vai tocar tanto nos próximos dias, meses e anos que vai entrar na sua cabeça, como aquela música chiclete que toca a todo momento no rádio, no táxi, na rua, e que você acaba absorvendo mesmo que não queira.
Esta previsão é um chute ou um desejo? Não, apenas um olhar para a realidade do futebol brasileiro. O Flamengo fatura muito mais do que os outros e, consequentemente, tem jogadores muito melhores do que os outros e esta já é uma enorme diferença. Depois de erros e acertos, achou um treinador muito melhor do que a grande maioria. Tem estrutura, tem torcida. Virou um supertime no seu universo, como é o Real Madrid na Europa, por exemplo.
Soma-se a isso a atroz incompetência de rivais que poderiam incomodar. O Corinthians estampa uma dívida de quase R$ 3 bilhões e está perto da insolvência, mesmo com a arrecadação gigante que tem.
O Palmeiras acumulou erros e tem margem para errar muito menor do que o Flamengo. Perdeu tudo o que disputou em 2025, embora tenha gastado uma fábula.
Presente e futuro do São Paulo podem ser resumidos nas entrevistas que dirigentes e ex-dirigentes deram ao longo da semana. Um descolamento total da realidade, uma cascata de ideias mirabolantes e pensamentos mágicos que apenas vão cristalizar o clube na posição de coadjuvante, isso na melhor das hipóteses.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo, diz o hino rubro-negro. Acostume-se com a parte que diz “sempre Flamengo”. É o que vai acontecer.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






