Circulou nos últimos dias a possibilidade de a SAF do Vasco ser comprada por Marcos Faria Lamacchia, que vem a ser filho de José Lamacchia, dono da Crefisa. Não há anúncio oficial, mas há algo relevante: sinalização. Para um clube acostumado a projetos interrompidos, isso já conta.
A eventual entrada de alguém ligado à empresa entrar no jogo muda a conversa. Não se trata de um investidor distante, e sim de alguém que já mostrou como opera no futebol brasileiro: dinheiro pesado, pouca paciência e busca por competitividade imediata. No Brasil, isso faz diferença.
A SAF do Vasco, até aqui, entregou mais turbulência do que reconstrução.
A possível troca de comando, portanto, chama atenção. Mas não vem sem ruído. Há um ponto sensível: o potencial conflito de interesses. A Crefisa tem como principal nome Leila Pereira, presidente do Palmeiras. A ligação entre um grupo associado a ela e outra SAF da Série A levanta questões de governança, política esportiva e relações
institucionais. Não é acusação, é cautela — algo raro no futebol brasileiro.
Para o vascaíno, o dilema é pragmático: conviver com esse risco ou seguir na certeza do marasmo. E quem passou anos apenas tentando sobreviver costuma escolher a esperança, mesmo com ressalvas.
Nada disso garante sucesso. Futebol não é matemática financeira. Mas clubes com caixa erram menos e corrigem mais rápido.
Se o negócio avançar, o Vasco não vira potência do dia para a noite. Mas volta a algo essencial no futebol moderno: ser levado a sério. Ainda que a esperança venha acompanhada de desconfiança.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.






